research

Avaliação na Educação de Infância: Construindo Portefólios de Aprendizagem

Abstract

A avaliação é uma componente essencial do processo educacional. A avaliação na educação de infância deve possuir algumas características que assegurem que os procedimentos efetuados tenham em conta a idade e as características desenvolvimentais das crianças, a articulação e integração do currículo e a visão da criança como uma pessoa com competência que participa ativamente na construção do conhecimento (Mallaguzzi, 1999, Oliveira-Formosinho, 2002). Assim, a avaliação na educação de infância distancia-se da conceção de avaliação tradicional, centrada mais nos resultados do que nos processos, subentendendo um novo olhar sobre o modo de conceber a avaliação. Esta compreensão da avaliação pressupõe a apreciação do percurso de aprendizagem da criança através de procedimentos que tenham em conta a atividade do dia-a-dia do jardim-de-infância (McAfee e Leong, 2006), podendo envolver, entre outros, a observação e escuta sistemática da criança a trabalhar e a jogar, a escuta da criança quando descreve as suas realizações revelando o seu pensamento, a observação das estratégias que usa para a resolução de problemas, a documentação da aprendizagem da criança através de procedimentos diversos, etc. É competência do educador de infância não apenas construir e gerir o currículo mas, também, definir e desenvolver um sistema de avaliação compreensivo, coerente com as conceções de educação, com a imagem de criança e de ensino e aprendizagem em que acredita. Em Portugal tem-se vindo a assistir a uma trajetória de mudança desde o não reconhecimento da relevância da avaliação para a educação de infância (Parente, 2004) até ao reconhecimento da avaliação como uma competência integral do trabalho do educador/professor e como um dispositivo para melhorar a qualidade e a equidade da educação (Cardona e Guimarães, 2012; OECD, 2012). Contudo desafios consideráveis continuam a existir no âmbito da avaliação na educação de infância, nomeadamente a necessidade de clarificação do conceito e da perspetiva de avaliação formativa assumida como prioridade e prática efetiva, a explicitação da coerência com os princípios de uma abordagem curricular de cariz construtivista centrada na criança competente que se envolve ativamente na construção de conhecimento e, ainda, a identificação de estratégias e procedimentos consistentes com as opções tomadas pelos educadores. É com este enquadramento que a formação em contexto se apresentou como uma oportunidade para promover o desenvolvimento profissional da educadora participante no estudo e para a criação de um contexto educativo de mais qualidade para favorecer as aprendizagens das crianças (Oliveira-Formosinho, 2001).CIEC - Centro de Investigação em Estudos da Criança, IE, UMinho (UI 317 da FCT), Portugal; Fundos Nacionais através da FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia) e cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do COMPETE 2020 – Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (POCI) com a referência POCI-01-0145-FEDER-007562info:eu-repo/semantics/publishedVersio

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