research

Andrea Pozzo: difusão científica e alinhamento do imaginário arquitectónico

Abstract

Embora nunca tenha pisado solo lusitano, ou se registe algum contacto com os agentes científicos e artísticos em Portugal, é inegável a influência do jesuíta italiano Andrea Pozzo (1642-1709) sobre o panorama nacional de setecentos. Uma influência que ressoa no âmbito da produção artística (da cenografia à quadratura passando pela arquitectura e artes decorativas) e sistematização científica (referente à perspectiva linear) a partir do seu tratado Perspectivæ pictorum et architectorum (1693-1700). Uma obra que, fundada na excelência das ilustrações e clareza explicativa da construção perspéctica e suas aplicações demonstradas na investigação artística do autor, rapidamente, e em muito potenciado pela máquina propagandística Jesuíta, se propaga por todo o espaço católico. Na abertura do primeiro tomo, Pozzo interpela directamente o leitor esclarecendo-o dos objectivos da obra - a instrumentalização da perspectiva no engano do olhar: “A arte de perspectiva, com prazer admirável, engana o mais consciente dos nossos sentidos externos que é o olhar” (POZZO 1693, 3). Expondo a capacidade propositiva da perspectiva linear na transformação do espaço, Pozzo explora os domínios da representação enquanto campo de acção arquitectónica visando a criação de aparatos espaciais totalizantes (como a quadratura e a cenografia) onde o representado interfere indelevelmente no espaço habitado pelo observador: mecanismos verosímeis capazes de dar a ver uma nova realidade.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

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