Yersinia enterocolitica
é um agente
patogénico para o Homem,
causa importante de
zoonose alimentar, responsável por
uma grande variedade de sintomatologia
intestinal e extra-intestinal.
Os suínos são os principais reservatórios da doença, sendo
a carne de suíno
considerada fonte de infecção.
Nas últimas décadas tem-se verificado a emergência de casos
de yersiniose, em parte devido à capacidade
deste microrganismo para se multiplicar a
temperaturas de refrigeração. Com efeito, a prosperidade desta bactéria seguiu o
desenvolvimento da globalização da
cadeia de frio,
assumindo
a designação de perigo
emergente.
Neste trabalho, compararam-se três metodologias: uma que utiliza a técnica BDC (buoyant
density centrifugation) como pré-tratamento da amostra, e
análise PCR;
outra
que combina a
cultura celular em placa de meio CIN com a lavagem para remoção da biomassa viável,
extracção do DNA e análise PCR; e uma metodologia convencional, segundo a ISO
10273:2003. Paralelamente, procurou-se encontrar o ponto ideal no tempo de enriquecimento
da amostra, que permitisse
obter os melhores resultados na detecção do microrganismo. A
sensibilidade dos métodos foi avaliada com amostras de carne de porco picada crua,
artificialmente contaminadas com níveis baixos –
3,3 log UFC/g, 2,3 log UFC/g e 1,3 log UFC/g
-
de uma estirpe de referência de Yersinia
enterocolitica. Ametodologia de lavagem da placa CIN
foi aquela que permitiu uma melhor detecção de
Yersinia enterocolitica
quando em baixa concentração,
com o menor tempo de
enriquecimento da
amostra. Os resultados
reafirmam a importância das metodologias moleculares ao
permitirem uma detecção precoce e para níveis de contaminação bastante
baixo