Introdução: Portugal é um dos cinco países da Europa com maior prevalência de
excesso de peso (EP) e obesidade (OB) em idade pediátrica. Objetivos: Avaliar a
prevalência de EP e OB nas crianças/adolescentes dum ficheiro de utentes dos cuidados
primários. Material e métodos: Estudo observacional e transversal. A população
incluia as crianças, dum ficheiro do ACES do Cávado III, que completassem 3 a 17
anos no ano 2010. Recolha de dados por convocação/agendamento. Parametrizados:
peso, estatura e perímetro de cintura. Calculado o índice de massa corporal (IMC),
percentil de IMC e percentil de perímetro de cintura, utilizando as classificações do
CDC e do NAHNES III, respetivamente. Preenchido um questionário para as
crianças/adolescentes com EP ou OB. Resultados: Da população de 263 elementos
compareceram 199 (amostra) para a parametrização. A prevalência de EP foi de 14% e
de OB de 12%, total de 26% (n=52). Dos 52 elementos com EP/OB, 48 responderam a
um questionário, quatro não (dois emigraram; dois não compareceram). Nestes
verificou-se uma correlação entre o percentil de perímetro de cintura superior a 90 e a
ocorrência de obesidade, p < 0,01; não praticavam uma hora diária ou mais de atividade
física 77%, com predomínio no sexo feminino 89%, p = 0,01; despendiam mais de duas
horas em atividades sedentárias 46%; verificou-se uma baixa ingestão de hortícolas e
fruta e elevada em produtos açucarados e fritos; ingeriam quantidades de carne e peixe
maiores que as porções recomendadas para a idade 60%; foram amamentados 88% e
pelo menos durante seis meses 54%; iniciaram a diversificação alimentar entre os quatro
e os seis meses 66%; a escolaridade parental foi de nove ou menos anos em 83%.
Conclusões: Na população pediátrica estudada, verificou-se uma prevalência de EP e
de OB próxima dos valores da literatura. A alimentação e atividade física nos com
EP/OB foram maioritariamente desadequadas.Introduction: Portugal is the one out of five European countries with highest prevalence of overweight (OW) and childhood obesity (OB). Objectives: To asses and characterize children and adolescents with OW and OB from a health centre file in
primary care. Material and methods: Cross-sectional study. All children, in a centre
file of the ACES do Cávado III, completing 3-17 years of age in 2010, were included.
Participant recruitment was actively undertaken. Data collected included weight, height
and waist circumference. Body mass index (BMI), BMI percentile and waist perimeter
percentile were then calculated, using CDC and NAHNES III classifications,
respectively. A questionnaire was applied for children with OW or OB. Results: Within
the population of 263 elements, 199 attended the study (sample). The prevalence of OW
and OB was 14% and 12%, respectively, totalizing 26% (n=52). Within the 52 elements
with OW / OB, 48 answered a questionnaire, and four did not (two emigrated; two
unattended). In theses ones, a correlation between a percentile of waist circumference greater than 90 and the occurrence of obesity, was demonstrated, p < 0,01; practicing
one hour or more of daily physical activity, wasn’t achieved by 77%, with
predominance in girls 89%, p = 0,01; spending two or more hours daily in sedentary
activities was verified in 46%; there was a low intake of fruit and vegetables and high in
sugar and fried foods; quantities of meat and fish were larger than the recommended
servings for age in 60%; breastfeeding was observed in 88% of which 54% during at
least six months; food introduction started between four and six month in 66%; parents
had nine or fewer years of schooling in 83% of cases. Conclusions: The prevalence of
overweight and obesity in this paediatric population was close to literature values. Diet
and physical activity in those with OW/OB was mostly inadequate