Dissertação de mestrado em Estudos da Criança (área de especialização em Intervenção Psicossocial com Crianças, Jovens e Famílias)O estudo que aqui se apresenta tem por finalidade compreender os motivos que levam a
que as crianças permaneçam em acolhimento residencial por longos períodos de tempo. Pretendese
conhecer de forma pormenorizada as dimensões individuais, sociais e estruturais associadas ao
tempo de institucionalização, bem como, caracterizar as estratégias de encaminhamento com vista
à desinstitucionalização em tempo útil. O presente estudo permitiu-nos a verificação das questões
de investigação: quais são os fatores que contribuem para a prolongada institucionalização das
crianças? Aspectos como o tempo de permanência no acolhimento residencial e a sua relação com
a idade da criança, o motivo que levou ao acolhimento e ainda o encaminhamento do projeto de
vida individual de cada criança, foram aspectos orientadores da pesquisa.
Para a seleção da amostra deste estudo, composta por 98 sujeitos, partimos dos seguintes
requisitos: estudar crianças, de ambos os sexos, dos zero aos doze anos de idade, que se
encontrassem institucionalizadas por um período superior a um terço de sua vida. A técnica de
investigação utilizada no estudo foi o questionário, destinado a todas as instituições de acolhimento
de Portugal continental, e os profissionais foram os responsáveis pelo preenchimento do mesmo, de
forma online. Para as variáveis qualitativas (escalas nominais) foram realizadas análises de
frequências e percentagens. Em relação às variáveis quantitativas, foram utilizados
maioritariamente: média, desvio padrão, valor mínimo e valor máximo. Também foram analisadas a
relação de duas variáveis utilizando o chi-quadrado, como sexo e idade (agrupadas em intervalos de
0-3, 4-8 e 9-12 anos) e o nível de significância adotado para todas as análises é de p< 0.05.
Constatou-se que a problemática da negligência, a idade da criança compreendida entre 09-
12 anos (faixa etária mais comprometida da amostra), o projeto de vida de retorno familiar, os
problemas psicossociais maternos e a estrutura familiar estão associados ao maior tempo de
permanência no acolhimento. Discutem-se os resultados e retiram-se implicações para a prática
profissional e futuras investigações no que se concerne ao acolhimento em Lares de Infância e
Juventude.The presented study aims to understand the reasons that lead to prolonged stays of children
in residential child care. It is intended to recognize in detail the individual, social and structural
dimensions associated with the time of institutionalization, as well as characterize the routing
strategies for the deinstitutionalization timely. This study allowed to verify the research questions:
what are the factors that contribute to prolonged institutionalization of children? The length of stay in
residential foster care and its relationship with the child's age, the reason that led to the
institutionalization and also the routing of the project life of each individual child, were oriented
aspects of the research.
To select the sample, which consisted of 98 elements, following requirements were
established: studying children of both genders with zero to twelve years old, who were
institutionalized for a period of time exceeding one third of their life. The research method used in
the study was the questionnaire directed to all of the institutions in continental Portugal, and social
workers were responsible for completing it online. For the qualitative variables (designed as nominal
scale) frequencies and percentages were analyzed. For the quantitative variables, were mostly
employed: mean, standard deviation, minimum and maximum value. Some variables, such as
gender and age, were also examined using chi-square method, (they were grouped in intervals of 0-
3, 4-8 and 9-12 years) and the obtained level of statistical significance, for all analyzes, was p
<0:05.
It was found that the issue of negligence, the child's age between 09-12 years (most
affected age group of the sample), the project of life family return, maternal psychosocial problems
and the family structure were associated with increased length of stay in the residential child care.
Following investigation discuss the results and withdraw implications for future professional practice
and research related to the institutionalization in child care homes.El presente estudio tiene como finalidad exponer los motivos que obligan a los niños a
permanecer en un centro de acogimiento residencial durante largos periodos de tiempo. Así como,
conocer en detalle las dimensiones individuales, sociales y estructurales asociados al tiempo de
institucionalización, al mismo tiempo, caracterizar las estrategias de enrutamiento para la
institucionalización oportuna.Este estudio además nos permitió verificar cuestiones de investigación,
tales como: ¿cuáles son los factores que contribuyen a la institucionalización prolongada de los
niños?Los aspectos que guiaron esta investigación están referidos a la duración de la estancia en un
centro de acogimiento residencial y su relación con la edad del niño, la razón que llevó a la inclusión
em um centro de acogimiento, así como también el enrutamiento del proyecto de vida de cada niño
en particular.
Para seleccionar la muestra, que consta de 98 sujetos, tuvimos en consideración lo
siguiente: estudiar niños, de ambos sexos, entre cero y doce años, que estén institucionalidos
durante un período superior a un tercio de su vida. La técnica de investigación utilizada en el
estudio fue la aplicación de una encuesta en línea orientada hacia todas las instituciones de
Portugal continental, donde los profesionales fueron los responsables de las respuestas. Para las
variables cualitativas (escalas nominales) se analizaron las frecuencias y porcentages. En cuanto a
las variables cuantitativas, fue utilizado sobre todo la media, desviación estándar, valor mínimo y
máximo. También se analizó la relación entre dos variables mediante chi-cuadrado, como el género
y la edad (agrupada en intervalos de 0-3, 4-8 y 9-12 años) y el nivel de significación para todos los
análisis es de p <0:05.
El estudio refleja que la problemática de la negligencia, la edad de los niños entre 9 a 12
años (grupo de edad más afectado de la muestra), el proyecto de vida de retorno a la familia de
origem, los problemas psicosociales maternos y la estructura de la familia están relacionados con la
mayor duración de la estancia en el centro de acogimiento.Se discuten los resultados y extraen
implicaciones para la práctica profesional y futuras investigaciones en relación con la estancia en
um centro de acogimiento residencial