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Singularidades químico-farmacêuticas da ficção Queirosiana

Abstract

A obra ficcional de Eça de Queirós é rica em detalhes descritivos que se estendem ao domínio das Ciências Naturais. A Química, quer pela via farmacêutica quer pela das banais aplicações domésticas, não escapou à pena realista do autor, contribuindo de forma marcante para a composição do retrato que este nos quis deixar da sociedade portuguesa de finais de Oitocentos: a partir da sua obra ficcional é possível elaborar um rol de cerca de quatro dezenas de compostos, produtos e preparações químicas e farmacêuticas. Nesta perspectiva, e a título de exemplo, a causa da morte de Juliana – a criada de Luísa n’ O Primo Basílio e uma das personagens mais fascinantes, e hediondas, da obra de Eça – é-nos apresentada através de uma narrativa de teor científico, constituindo um caso paradigmático na literatura realista universal. Este e outros casos queirosianos são analisados ao longo deste artigo que, por limitações de espaço, foi divido em duas partes. Na primeira, que agora se publica, apresentam-se as secções “Águas minerais e antiácidos” e “Metais pesados”. Na segunda, apresentar-se-ão as secções “Fármacos e preparações de origem vegetal”, “Óleos, solventes e produtos resinosos” e “Outros fármacos e produtos químicos”

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