Detendo-me num momento particular da história da cidade de Braga, e das suas práticas jornalísticas a propósito de um acontecimento político que marcou para sempre a história do nosso país, a revolução de 5 de Outubro de 1910, no quadro da minha tese de mestrado, defendida em 1991 na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, pretendo neste capítulo dar conta dos traços gerais da imprensa publicada na cidade e das suas reacções à chegada da República e ao primeiro trimestre de governação republicana.
A imprensa da cidade de Braga, à semelhança do jornalismo português da época, vivia e ecoava as tensões sociais do momento, marcado pelo confronto e pela radicalização das forças políticas e religiosas. Mas que forças eram essas? Como reagiram os jornais perante uma mudança estrutural tão prometida, por um lado, e face à República debutante sob o signo da ameaça monárquica, por outro? Terá Braga reagido de pronto ao toque de Lisboa? Terá a imprensa de Braga reagido de uma forma uníssona? Partindo dos resultados da análise de conteúdo (Bardin, 1988) que fizemos, respondemos em seguida a estas questões, não sem antes dar conta de algumas das características do tipo de jornais produzidos à época na cidade de Braga