thesis

Cultura(s) organizacional(ais) da universidade: a tomada de decisões para o provimento da carreira docente na Universidade Pública de Angola

Abstract

Tese de doutoramento em Ciências da Educação (área de especialização em Organização e Administração Escolar)A cultura organizacional percecionada como pressupostos básicos inventados e desenvolvidos visando a adaptação externa e a integração interna das organizações, representa a matriz caraterizadora e diferenciadora das organizações. Deste modo, a proposta de investigar o tema: Cultura(s) Organizacional(ais) da Universidade - A Tomada de Decisões para o Provimento da Carreira Docente na Universidade Pública de Angola, aportado no modelo cultural de análise, reflete a necessidade de compreender a (re)criação e a manifestação da cultura organizacional da universidade, a partir das dinâmicas de conceção e da implementação do Estatuto da Carreira Docente (ECD). A complexidade organizacional e cultural da universidade, que resulta não só das suas funções substanciais (ensino, investigação e extensão), como essencialmente da sua estrutura e do seu funcionamento, sugeriu orientar-se pelas metodologias de investigação qualitativas, visando percecionar as racionalidades e os significados que os atores concedem às suas práticas e procedimentos. Assim, foi adotado o método de estudo de caso, com vista a captar as complexidades e as particularidades que enformam o funcionamento quotidiano da universidade. Como as organizações (re)criam no “plano de orientação para ação” e no “plano da ação”, valores, crenças, símbolos e significados que são assumidos para justificar a sua institucionalização, os quais constituem um aprendizado organizacional dos atores com vista à sua aceitação e integração, a perceção destas dinâmicas privilegiou como técnicas de investigação, as entrevistas, a observação não participante, as conversas informais e a análise documental, complementadas pelo inquérito por questionário. Enformada por regularidades comportamentais, a cultura organizacional da universidade foi percecionada como sendo uma construção que privilegia consensos e inconsistências dependentemente das normas, circunstâncias, interesses e motivações dos atores. O determinismo normativo, as ideologias de Estado e a história do país vêm sendo invocados para suportar o discurso ideológico e velar determinadas racionalidades dos grupos estratégicos, quando a autoridade académico-científica escasseia. No cumprimento das suas funções, a universidade vem transbordando para os níveis de ensino precedentes e simultaneamente para toda a sociedade, as culturas organizacionais da universidade, veiculadas através não só, do currículo expresso, como também do currículo oculto, face ao habitus profissional e às estratégias de reprodução profissional do corpo docente universitário.Organizational culture is taken to be basic assumptions devised and developed with a view to the external adaptation and internal integration of organizations. It is the matrix that characterizes organizations and sets them apart. The title of the proposed research topic is: Organizational culture(s) of the University: Decision making for filling teaching career posts in the Public University of Angola, based on a cultural model of analysis. It reflects the need to understand the (re)creation and manifestation of the organizational culture of the university, based on the dynamics of conceiving and implementing a Teaching Career Statute (ECD). The organizational and cultural complexity of universities results from its substantive functions (teaching, research and outreach) and, essentially, from its structure and functioning, and suggests following qualitative research methods with the aim of understanding the rationalities and significances that the actors assign to their practices and procedures. A case study approach has been adopted so as to grasp the complexities and characteristics that shape the daily functioning of universities. Organizations (re)create at the levels of guiding action and of the action, values, beliefs, symbols and meanings that are appropriated to justify their institutionalization, and which amount to an organizational learning on the part of the actors so that they are accepted and integrated. It was the perception of these dynamics that favoured the use of interviews, non-participant observation, informal chats and document analysis, backed up by a questionnaire survey, as research techniques. Moulded by behavioural regularities, the organizational culture of universities was perceived as being a construction that values consensus and inconsistency, depending on the circumstances, interests and motivations of the actors. Normative determinism, State ideologies and the history of the country have been relied on to support the ideological discourse and ensure certain rationalities of strategic groups, when academic-scientific authority is running out. The universalized functions of universities (teaching, research and outreach) have enabled the organizational cultures of the university to spill over to the preceding levels of education and, indeed, to all of society, conveyed not only through the established curriculum but also through the hidden curriculum, given the habitus and professional reproduction strategies of university teaching staff

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