research

Compreender as conceções de aprendizagem da população reclusa: um estudo fenomenográfico

Abstract

Dissertação de mestrado integrado em Psicologia (área de especialização em Psicologia da Justiça)Baixos níveis de ensino, abandono escolar precoce e historial limitado de emprego, contribuem para o envolvimento criminal. O sistema prisional português oferece a possibilidade de os reclusos continuarem a sua formação escolar, contudo a taxa de adesão é reduzida e a de desistência elevada. Por estes motivos é importante analisar a forma como os reclusos percecionam a aprendizagem e o modo como aprendem. Este estudo fenomenográfico com 30 reclusos Portugueses, de idades compreendidas entre os 20 e os 58 anos de idade, revelou que estes interpretam a sua aprendizagem como aprender para saber, para se integrar, para perceber o propósito, para beneficiar, para se corrigir e para evoluir. Consequentemente, referem que o processo de aprendizagem ocorre fazendo coisas, pedindo ajuda, dando exemplo aos seus filhos, participando frequente e assiduamente nas aulas, refletindo nos seus erros e tornando o seu tempo útil. A aprendizagem é percebida pelos reclusos alunos como oportunidade de mudança e evolução. As implicações para os processos educativos e práticas escolares em meio prisional são também consideradas.Low levels of education, early school leaving and limited employment history, contribute to the criminal involvement. The Portuguese prison system offers the possibility of inmates completing their education. However the rate of adhesion is reduced and the rate of dropout is high. For these reasons, it is important to analyze how the inmates perceived their learning as well as how they learn. Data from a phenomenographic study of 30 Portuguese inmates students, ranging from 20 to 58 years of age, revealed that they understand their learning as learning to know, to integrate, to seeing purpose, to benefit, to correct themselves and to evolve. Consequently, they notice their learning process occurs doing things, asking for help, giving example to their children, participating assiduously in the classroom, reflecting on their mistakes and making their time useful. Hence, learning is perceived as an opportunity for change and evolve. The implications for educational processes and school practices in prison are considered

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