Por motivos debatidos, crianças e jovens que vivam em Lares de Infância e
Juventude (LIJs) são conduzidos a consultas no domínio de saúde mental. Consequências
negativas de afastamento familiar prolongado e/ou institucionalização se evidenciam em
abordagens psicossociais que enfatizam défices, dificuldades de aprendizagem e/ou
perturbações, em áreas de desenvolvimento e conduta sexual. No estudo-piloto inicial e
exploratório problematizam-se mitos e realidades de quem viva ou viveu em LIJs. Sabe-se
que a revelação de experiência de adversidade e abuso, ignoradas ou rejeitadas, conduzem a
menor tendência em se em verbalizar o que afete. Realizaram-se cinco entrevistas
semiestruturadas a (antigas/os) alunas/os de residências de acolhimento, entrevistadas/os
por um profissional e colega de escola, voluntário e mediador da instituição. Por método de
Análise de Discurso, foram clarificados distintos modelos relacionais e culturais
(família/instituição), mediante relatos sobre vínculos seguros no LIJ, alternativos a
inseguranças, abusos, perdas e lutos de progenitores. A Investigação-Ação visou dar
resposta a questões socio-afetivas ainda difíceis, na futura formação de residentes,
educadores e técnicos: conceções incompletas, ambíguas e redutoras de sexualidades,
clivagem amor e sexo, nos céleres tempos que passam, com diferenças de género. Pretendese
dar continuidade a propostas de prevenção de práticas de vida (pós-) institucionais
insatisfatórias, a atender a recursos pessoais de Antigos Alunos e de membros de instituição
inspiradores e formadores ativos.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT