A introdução de um comboio de altas prestações para tráfego misto no eixo Porto-Vigo terá importantes
consequências sobre o modelo de transporte da região Norte. A sua avaliação deve ter em consideração
várias dimensões analíticas: microeconómica, macroeconómica, espacial e de rede. O ponto de partida
para uma análise desta natureza é a correcta definição de um número restrito de alternativas de traçado e
de conectividade que permitam levar a cabo o processo de avaliação de forma consistente, evitando a
dispersão derivada da consideração de alternativas escassamente relevantes do ponto de vista técnico.
Com essa finalidade, o estudo dos efeitos económicos da melhoria da ligação ferroviária em causa
pautou-se por uma simplificação justificada das alternativas potenciais, utilizando informação formal e
informal, partindo das diferentes possibilidades actualmente em aberto.
Globalmente, existem duas grandes possibilidades para o troço português do eixo Porto-Vigo:
construção de uma linha de raiz Braga-Valença e utilização temporária da actual infra-estrutura
Porto-Braga, até à construção de uma nova linha entre estas duas cidades; e construção de uma linha de
raiz Porto-Valença. Os condicionantes em termos de traçado e de conectividade com as redes de transportes existentes,
associados ao tráfego de passageiros, vêem-se ainda amplificados ao ter em consideração as
racionalidades subjacentes à movimentação de mercadorias. Este último aspecto implica que a
minimização do número de transferências seja uma condição indispensável para incrementar a
competitividade do modo ferroviário e das respectivas cadeias logísticas.
Assim, o presente trabalho propõe um novo modelo de transporte para a região Norte, no qual o
comboio assume um papel preponderante. Ademais analisa e discute diversos aspectos fundamentais para
aprofundar o conhecimento sobre os efeitos económicos e territoriais do projecto em estudo, centrando a
análise no território português directamente afectado. Os aspectos de natureza estratégica são também
uma prioridade. Neste âmbito, as questões da articulação territorial e da construção de um novo modelo
de transporte merecem especial destaque