-Introdução: A contribuição da quimioterapia adjuvante em pacientes portadoras de câncer de mama ganhou impulso nos últimos anos, baseado em
evidências que comprovam melhora estatisticamente significativa na sobrevida livre de doença. Objetivo: O presente estudo justifica-se pela
importância de analisar a sobrevida aos cinco anos em mulheres com câncer de mama invasivo que receberam tratamento de quimioterapia
adjuvante, no município de Juiz de Fora, Minas Gerais. Metodologia: A população deste estudo é composta por uma coorte retrospectiva de base
hospitalar formada por 428 mulheres com diagnóstico de câncer de mama invasivo efetuado durante o período de janeiro de 1998 a dezembro de
2000 e que foram submetidas a tratamento cirúrgico com intenção curativa, seguido de quimioterapia adjuvante. Foram estimadas as funções de
sobrevida através do método de Kaplan-Meier e o modelo de riscos proporcionais de Cox foi utilizado para avaliação dos fatores prognósticos.
Resultados: O esquema quimioterápico contendo antracíclico foi usado em 240 pacientes (56,1%). Foi possível, ainda, observar que as mulheres que
utilizaram esquemas contendo antracíclicos, 60,7% apresentavam tumor maior que dois centímetros e 70,5% tinham linfonodos comprometidos.
Verificou-se que, para as pacientes no estádio I, foi utilizado esquema CMF em 81,0% dos casos e no estádio III foi empregado esquema com
antracíclicos em 70,6%. Em relação ao comprometimento linfonodal verificamos, ainda, que nas mulheres com linfonodos negativos, 65,0% usaram
esquemas com CMF. Quando analisamos a sobrevida segundo o tipo de esquema quimioterápico, podemos observar uma sobrevida superior na
utilização do CMF: 88,0% (IC95%: 82,1-92,0) quando comparamos com os antracíclicos: 77,6% (IC95%: 71,5-82,5) (Teste de Log-rank=0,008).
Conclusão: A partir dos dados analisados podemos concluir que a sobrevida específica por câncer de mama em cinco anos foi de 82% (IC95%:
78,0-85,4). Este resultado se mostra semelhante a outros estudos nacionais de sobrevida por câncer de mama