As capas dos livros infantis : um enfoque de marketing sensorial

Abstract

Este trabalho é financiado por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do projecto PEst-OE/EGE/UI4021/2011.É impossível negar a competitividade no mercado editorial atual. Basta percorrer um qualquer ponto de venda especializado e perceber como os livros se acumulam nas prateleiras, se misturam com outros livros e, não raramente, se perdem na enormidade de propostas disponíveis. Em clima de retração económica, que estratégias a indústria livreira utiliza para resistir? O que torna um livro desejável como produto, bem comercializável e, em simultâneo, como projeto de continuidade e distribuição de conhecimento? Estas questões ajudaram a refletir, integrar ideias e provocar esta pesquisa. Pretende-se que, numa primeira parte, este estudo apresente um exercício de reflexão sobre a bibliografia disponível para o enquadramento da temática da pesquisa em causa. Assim, propõe-se visitar alguns argumentos sobre a importância do livro na atualidade, contextualizar a dinâmica de mercado, apontar estratégias de diferenciação das capas e abordar a consumação infantil. Almeja-se, nesta abordagem teórica, uma melhor e esclarecida compreensão das habilidades de comunicação de uma embalagem, num cenário em saturação e sedento de novidades. Tendo em consideração a amplitude do assunto e as diferentes disciplinas que o atingem, assim como a carência de literatura que encare especificamente o marketing sensorial na perspectiva da capa dos livros infantis, ousou-se ativar novas linhas de pensamento, empreendendo um caminho não evidente. Qualquer um dos desvios assumidos foi uma busca incessante de alternativas à escassez de documentação. As crianças de 5/6 anos preferem livros infantis com capas que estimulem o maior número sentidos? Isolando esta pergunta, aspirou-se a encontrar pistas que projetassem a pesquisa e que definissem caminhos e objectivos, pois o carácter multidisciplinar do tema “marketing sensorial” e de interesses subjacentes, exigia a contemplação de diversos domínios. Excluíram-se, à partida, metodologias de alçada quantitativa, como as de incidência na inferência estatística, por se demonstrarem despegadas das particularidades do objecto de estudo e da envolvente associada à abordagem do mesmo. Sem aspirações excessivas, mas procurando uma área específica de interesse que correspondesse à temática da gestão cultural no mercado do livro, o trabalho que aqui se apresenta debruça-se sobre a literatura infantil. Mais cirurgicamente, olha a capa na sua forma, estrutura, mensagem e possibilidades, recorrendo aos conceitos fundamentais do marketing sensorial: pode a embalagem das letras ser uma experiência, um campo de emoções? Tenta-se perceber, afinal, que “maquilhagem” é a que serve para encobrir ou valorizar os traços do rosto da literatura infantil, e se essa caracterização intensifica ou não o consumo ou a preferência de uma criança por determinado livro.Fundação para a Ciência e a Tecnologi

    Similar works

    Full text

    thumbnail-image