research

Vitimação em contexto escolar: frequência e as múltiplas formas

Abstract

A violência escolar (bullying) não constitui nenhum problema novo, no entanto, ainda se sabe muito pouco sobre a real prevalência e a sua evolução (Olweus, 1993). Com o intuito de conhecer melhor o fenómeno, protagoniza-se o desenvolvimento de um estudo minucioso sobre as múltiplas formas de vitimação entre pares no contexto dos sétimos anos do Ensino Básico. O presente estudo pretende descrever e analisar a prevalência das múltiplas formas de vitimação ocorridos entre pares, utilizando uma amostra de 360 alunos do 7º ano do Ensino Básico, 168 (46,7%) do género feminino e 192 (53,3%) do masculino, com idades compreendidas entre os 11 e os 16 anos, sendo a média de idades de 12,36 com desvio padrão de 0,773. O inquérito foi aplicado durante o mês de Dezembro de 2010, em três Agrupamentos de escolas dos concelhos de Braga e Vila Nova de Famalicão. Caracterizou-se a frequência das múltiplas formas de vitimação com base na aplicação de uma versão digital adaptada (Costa & Pereira, 2010) do questionário de auto-relato (Olweus, 1989; Pereira, 2008), sobre o bullying no contexto escolar, tendo-se seleccionado para o efeito as percentagens somadas resultantes das acções de natureza física, verbal, relacional e de carácter sexual. Relativamente à frequência e às múltiplas formas das situações de comportamentos de vitimação, observa-se que em termos globais o género feminino apresenta maior envolvimento comparativamente ao masculino. Quando a analise recai sobre a frequência intermédia, o género feminino apresenta valores relativos superiores ao masculino, durante o 1º período lectivo escolar (Setembro a Dezembro). As formas ou tipos de vitimação mais frequente ao nível do género apresentaram uma tendência semelhante aos resultados globais da população em estudo, destacando-se para ambos os géneros, as situações de vitimação verbal, constituindo a forma mais frequente para o feminino «Andaram a falar mal de mim e disseram segredos» e para o masculino «Chamaram-me nomes ou gozaram-me de forma desagradável». Conhecer o fenómeno em profundidade, e numa perspectiva contextualizada, é uma necessidade de primeira ordem aos agentes educacionais, para evitar, quer seja a banalização ou, a sobre valorização de comportamentos agressivos entre pares no território escola

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