Este texto relata uma experiência de investigação em que se procurou compreender se as “novas” tecnologias de vídeo
digital são mediadoras de melhores formas de aprendizagem e socialização. Os autores que estudam o vídeo educativo
consideram que uma das formas de tornar a aprendizagem mais dinâmica é através do “vídeo processo”, dizendo que o
seu uso equivale a falar “de participação, de criatividade, de implicação e de dinamização”.
Partindo deste pressuposto, a nossa investigação compreendeu a realização de um vídeo sobre o tema “Energias
Renováveis” por alunos do 5º ano de escolaridade de uma turma de Percurso Alternativo, no âmbito da disciplina de
“Formação para a Saúde Ambiental” no ano lectivo de 2008-09. Os objectivos da investigação, para além de aferir as
competências funcionais e expressivas dos alunos no uso da tecnologia vídeo digital (tão própria “geração net”),
centraram-se em aferir a capacidade desta tecnologia para a aquisição pelos alunos das competências cognitivas e
comportamentais previstas no currículo do ensino básico. Para tal, foi adoptada a metodologia de investigação-acção (em
que o investigador foi o professor titular da turma, e não um mero espectador), tendo a actividade começado pela
construção da sinopse, prosseguindo com o guião literário, o storyboard e o guião técnico, partindo-se depois para as
filmagens que foram editadas no programa Movie-Maker.
No processo recolha de dados foram utilizados os seguintes instrumentos: projecto curricular de turma; questionário (pré e
pós-teste) de literacia informática; entrevista (pré e pós-teste) e observação participante.
Após a realização do estudo, constatamos que a introdução do “vídeo processo” na sala de aula e a publicação na Internet
do documento vídeo realizado pelos alunos tem grande valor pedagógico, já que contribuiu para a motivação dos alunos,
para o desenvolvimento dos seus conhecimentos na disciplina de “Formação para a Saúde Ambiental”, bem como para o
desenvolvimento de capacidades para poderem actuar de uma forma mais crítica com as tecnologias digitais,
nomeadamente com o vídeo digital e a Internet. Por via do uso do vídeo como estratégia pedagógica, nove das dez
competências gerais definidas para o Currículo das Ensino Básico foram conseguidas por alunos de “Percurso Alternativo”.
Os resultados desta investigação são um indicador que a tecnologia vídeo é uma das boas práticas pedagógicas a
implementar na renovação curricular