A literatura refere, recorrentemente, uma elevada prevalência da ansiedade face
aos testes nos alunos dos diferentes níveis de Ensino. A presunção de que a
ansiedade face aos testes interfere com a normal realização escolar tem sido a
pedra basilar em muitos dos avanços sucessivos do nosso conhecimento nesta
área (Covington, 1992). Os seus efeitos parecem estar mais intimamente
relacionados com a dimensão Pensamentos em competição do que com a
dimensão Tensão (Sarason, 1988). Neste estudo pretendemos avaliar os níveis de
ansiedade face aos testes e das suas duas dimensões (Pensamentos em competição
e Tensão) em alunos dos 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico Português.
Posteriormente, procuramos conhecer o seu impacto nos resultados escolares
(Língua Portuguesa e Matemática). A amostra tomada é de 859 alunos. De acordo
com os resultados obtidos, a média na ansiedade face aos testes e nas suas duas
dimensões aumentam até ao 7.º e diminuem até ao final da escolaridade
obrigatória. Os resultados sugerem também que a ansiedade face aos testes está
associada a resultados escolares mais baixos. Estes dados sugerem a necessidade
de flexibilizar os modelos de avaliação no sentido de promover aprendizagens
mais significativas