Universidade do Minho. Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
Abstract
O tema da memória colectiva, que toca de maneira essencial a questão do princípio de
coesão social, assume um papel singular no contexto heterogéneo das sociedades
contemporâneas, muito devido à sua função pública. Contudo, alguns autores defendem
que o carácter social da memória assenta num diálogo individual permanente, pelo que a
relação entre memória pública e colectiva e a memória individual assume uma
problemática clássica.
O advento da “segunda vaga” da Web, padronizada pelo chavão “2.0”, representa um
marco da era do acesso livre, uma época em que uma plêiade de novos sistemas e
ferramentas digitais se colocam ao alcance dos utilizadores de Internet para que estes
sintam o poder da criação e da participação online. A implementação de serviços em
ambiente Web visa facilitar a participação dos utilizadores, recolhendo ensinamentos da
participação colectiva, mas, no global, reforçando o papel do individuo enquanto actor
social, projectando-o para uma dimensão à escala global, com o seu espaço próprio,
implícito no efeito de “longa cauda”, e representado na dispersão da “folksonomy”.
Deste modo, o presente trabalho pretende questionar a influência das redes electrónicas,
impulsionadas pela Web 2.0, para a transformação das memórias individuais e colectivas,
ou mesmo a recombinação de ambas em meta-memória