Contrariamente ao que acontece, de momento, em Portugal, tem-se assistido
nalgumas sociedades ocidentais, em particular nos E.U.A. e na Grã-Bretanha, a uma proliferação de estudos sobre a sexualidade e, em particular, sobre a
homossexualidade. O debate sobre a relação entre sexualidade e identidade apresenta dificuldades particulares de análise, começando pela própria definição do conceito de “identidade sexual”, ao qual subjazem algumas das problemáticas mais difíceis e virtualmente mais inacabadas da história da Sociologia: a da oposição entre abordagens de carácter nominalista e realista e a da relação entre natureza e cultura. Mas existe
também um debate social e político mais vasto, implícito a esta problemática, que se
entrecruza com a actuação dos movimentos defensores dos direitos dos homossexuais e dos seus opositores. A um primeiro nível parecem existir algumas posições de fundo inconciliáveis – é sobre esta assunção que pretendemos reflectir