Estudos realizados pela Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) em 1998 apontam para uma prevalência de rinite alérgica de 9,55% na população portuguesa. Neste estudo, pretende-se saber qual a percepção dos Professores do 1º Ciclo do Ensino Básico sobre o impacto da patologia alérgica em crianças em idade escolar.
Foram distribuídos 230 inquéritos em zona rural e urbana, sendo recolhidos 108, elaborados a partir de 10 questões consideradas fundamentais na área da saúde, do ambiente, e de colaboração entre a família e a escola.
Os sintomas de rinite alérgica são os mais referidos pelos professores, seguidos das manifestações dermatológicas, sendo apontado como causas principais as alterações ambientais e mudanças de temperatura, nomeadamente no início da Primavera. Segundo a percepção dos professores, cerca de 20% das crianças não possuem diagnóstico clínico; quando há, a maioria é feita pelo Médico de Família e em menor percentagem pelos Médicos Alergologistas e Dermatologistas. O recurso profiláctico à vacinação é o método mais frequente; em segundo lugar a medicação por via oral e tópica. A maioria dos professores respondeu haver boa colaboração entre eles e os familiares.
Consideraram ainda que a maioria das escolas e habitações dos alunos estão localizadas em zonas pouco poluídas, embora uma diminuta percentagem refira existirem explorações agro-pecuárias nas proximidades. A maioria das construções é recente e bem conservada, com uma boa relação de espaço por pessoa; contudo, algumas delas apresentam sinais de humidades e bolores. Maioritariamente os professores afirmam que estes alunos brincam normalmente e são estudiosos, embora 30% refiram que muitos deles apresentam comportamentos apáticos, alterações de sono, baixa capacidade de concentração e resistência ao esforço.
Este estudo vai ao encontro de outros autores que referem ser esta patologia capaz de influenciar capacidades cognitivas e comportamentais dos alunos.LIBEC/CIFPEC - Unidade de investigação 16/644 da FCT