research

Comportamentos, conhecimentos e atitudes face ao VIH/SIDA : estudo com jovens atletas de alta competição

Abstract

Tese de Mestrado Psicologia DesportivaA modificação dos comportamentos de risco e o estudo dos factores psicossociais associados a tais comportamentos têm vindo a assumir um papel central no domínio da prevenção do VIH/SIDA. Com efeito, têm sido vários os factores psicossociais relacionados com práticas de risco, por um lado, e com a adopção de comportamentos e estratégias de protecção contra a infecção do VIH/SIDA. É o caso, entre outras, de variáveis como o grau de conhecimentos, as crenças e normas sociais partilhadas pelo grupo de pares e outros significativos, as atitudes favoráveis ou desfavoráveis relativamente a comportamentos de prevenção e protecção, a percepção de controlo e de eficácia pessoal na execução de comportamentos preventivos e as percepções relativamente aos custos e benefícios dos comportamentos de risco ou preventivos. Nos últimos anos têm sido evidentes alguns modelos teóricos mais amplos e integradores dos facores e processos mediadores implicados nos comportamentos de risco e protecção face à infecção do HIV/SIDA. A este propósito três modelos têm-se destacado e assumido particular relevância no estudo e compreensão da prevenção do HIV/SIDA: a) a Teoria da Acção Racional e uma sua extensão, a Teoria do Comportamento Planeado (Azjen, 1988; Fishbein & Midlestadt, 1989); b) a Teoria Social Cognitiva e da Auto-Eficácia (Bandura, 1992,1994); e c) o Modelo da Informação, Motivação e Competências Comportamentais de Redução do Risco da SIDA (Fisher et al., 1992,1996: Fisher, 1998). Paralelamente, a população de adolescentes e jovens adultos tem vindo a assumir uma preponderância crescente enquanto população-alvo das campanhas de informação e prevenção do VIH/SIDA. Após a abordagem da etiologia, aspectos psicossociais e epidemiologia da SIDA, são analisados vários modelos teóricos de prevenção do VIH/SIDA. Por último, no estudo aqui apresentado centrou-se a atenção numa população específica de jovens adultos: os atletas de alta competição. Os objectivos centrais consistiram em identificar e relacionar variáveis psicossociais como comportamentos e práticas sexuais, conhecimentos, atitudes e crenças, com a intenção comportamental de utilização do preservativo na próxima relação sexual. Os resultados obtidos verificaram: a) a elevada prevalência de alguns comportamentos sexuais de risco e não seguros nos jovens atletas; b) a não existência de relações significativas entre o grau de conhecimentos e as outras variáveis psicossociais; e c) As percepções de controle pessoal e as expectativas de auto-eficácia, conjuntamente com outras variáveis atitudinais, cognitivas e motivacionais constituiam bons predictores do uso do preservativo. Finalmente, são também sugeridas algumas implicações práticas para a prevenção do VIH/SIDA.Changing human risk behaviors and the study of psychosocial factors associated to such behaviors are assuming a growing role in the HIV/AIDS prevention domain. Several psychosocial factors have been related with risk practices and behaviors, as well as with the adoption of protection behaviors and strategies against HIV/AIDS infection. It is the case, among others, of variables such as the level of knowledgement about HIV/AIDS, beliefs and social norms shared by peer groups and significant others, attitudes concerning preventive and protective behaviors, perception of personal control and self-efficacy beliefs, and perceptions of costs and benefits or protective or risk behaviors. Some recent integrative theorethical models have emerged in the literature on HIV and AIDS prevention. It is the case of the Theory of Reasoned Action and Planned Behavior, the Social Cognitive and Self-Efficacy Theory, and the Model of Information, Motivation and Behavioral Skills of AIDS Risk Reduction. In addition, the adolescent and young adults population is assuming a growing relevance as a target of AIDS information and prevention programs. After analysing the etiology, psychosocial and epidemic perspectives, several theories and models of AIDS prevention are resented. Following such approaches, a study with a specific and special young population (high competition athletes) is presented. The main goals of such study were concerned with the identification and relathionships of psychosocial variables such as sexual behaviors, HIV/AIDS knowledge, attitudes and beliefs, with the behavioral intention of condom use in the next sexual encounter. Results suggest the following observations: a) the high prevalence of AIDS unsafe and risk behaviors; b) no significant relationships between AIDS knowledge and other psychosocial variables were found; and c) personal control beliefs and self-efficacy, with some other atitudinal, cognitive and motivacional variables, were found to be good predictors of condom use among young athletes. Finnaly, some practical implications for HIV/AIDS prevention programs are also suggested

    Similar works