Modernismo e patrimônio nacional (1937-1967): discursos e narrativas dos tombamentos no Rio de Janeiro

Abstract

No Brasil, a discussão sobre a identificação e preservação do patrimônio nacional já estava posta intensivamente pela intelectualidade brasileira desde os primeiros anos de 1900, onde as mais variadas vertentes ideológicas propunham ideias e inciativas a respeito de sua importância. Entretanto, como já ressaltado por diversos autores, a ação patrimonial a qual nossas instituições atuais são tributárias só vem a se institucionalizar realmente com Getúlio Vargas, no interior do projeto político-ideológico do Estado Novo. A criação do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), em 1937, marca o ápice desta política e uma vitória do discurso modernista nas ações de eleição e proteção ao patrimônio nacional. Partindo deste histórico, a presente pesquisa visa analisar os dossiês de patrimonialização dos bens modernistas tombados a fim de identificar qual o arcabouço retórico os agentes do patrimônio teriam lançado mão para justificar a proteção desse tipo específico de acervo. Isto é, identificar quais os valores e elementos foram acionados por esses agentes para interpretar e justificar não só o tombamento das obras, mas também a própria inserção do seu movimento dentro do conjunto do patrimônio nacional. O estudo das informações colhidas diretamente de fontes primárias do acervo do Arquivo Central do IPHAN, Divisão RJ, permitiu observar que os aspectos de ordem estética-ideológica, política e preventiva envolvem os discursos de proteção desse tipo específico de patrimônio cultural

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