O presente artigo tem por objetivo problematizar uma prática matemática visual realizada em uma escola pública localizada no estado do Rio Grande do Sul, a partir da seguinte questão: quais implicações curriculares emergem das práticas matemáticas visuais produzidas por alunos surdos? Para tal empreendimento, o mesmo apoia-se nos estudos sobre o currículo escolar (SILVA, 2005) em suas interlocuções com a Etnomatemática (KNIJNIK, 2010, 1997; KNIJNIK et al., 2012) e os Estudos Surdos (PERLIN, 2004; THOMA e KRAEMER, 2009; THOMA, 2012). O material de pesquisa foi produzido a partir de uma oficina de frações, intitulada As Frações e o tempo, e excertos de um diário de campo. Os resultados da investigação apontam possibilidades de tornar a Matemática uma disciplina mais próxima da comunidade surda, para que os alunos surdos lidem com esse conhecimento e produzam práticas visuais matemáticas que possam constituir-se em um legado para esses sujeitos.This paper aims to problematize a visual mathematical practice in a public school in the state of Rio Grande do Sul by considering the following question: which curriculum implications emerge from the visual mathematical practices produced by deaf students? In order to do so, we have relied on studies of school curriculum (SILVA, 2005) in their interlocutions with Ethnomathematics (KNIJNIK, 2010, 1997; KNIJNIK et al., 2012) and Deaf Studies (PERLIN, 2004; THOMA & KRAEMER, 2009; THOMA, 2012). The research material was produced in a fraction workshop called The fractions and the time, and excerpts from a field journal. The results havepointed out possibilities of approximating Mathematics to the deaf community so that deaf students deal with this knowledge and produce visual mathematics practices that can become a legacy to those subjects