Efeitos da meditação nos aspectos fisiológicos e mentais em indivíduos com doenças cardiovasculares: uma revisão sistemática e meta-análise

Abstract

Fundamento: As taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares (DCVs) vêm diminuindo, mas ainda representam a principal causa de morte no Brasil e no mundo. Dentre as medidas não farmacológicas utilizadas para prevenção secundária, podemos destacar a prática da meditação. Entretanto, ainda se sabe pouco sobre os benefícios dessa prática no manejo das DCVs. Objetivos: Avaliar os efeitos de práticas meditativas em pacientes com DCV através de uma revisão sistemática e meta-análise dos estudos disponíveis na literatura. Métodos: Nós incluímos ensaios clínicos randomizados (ECRs), publicados em inglês, com intervenções de meditação para pacientes hipertensos e/ou cardiopatas. Foram realizadas buscas desde a data mais antiga disponível até maio de 2019, nas seguintes bases: PubMed/MEDLINE®, Registro de Ensaios Controlados da Cochrane, EMBASE, Scopus, SPORTDiscus, CINAHL, Google Scholar. Dois revisores independentes realizaram a verificação dos estudos potencialmente elegíveis e a extração dos dados. Para a meta-análise, as estimativas de efeitos combinados (Pooled-effect estimates) foram obtidas comparando a variação percentual média ao final do estudo pela da linha de base para cada grupo. O risco de viés nos estudos primários foi realizado com a ferramenta RoB 1.0. Resultados: Foram incluídos 11 estudos (N = 925). Para a pressão arterial sistólica foi encontrado resultados que favoreceram à intervenção quando comparada ao grupo controle (WMD = -2.77; -4.67, -0.87, I² = 91%, P = 0.004), bem como melhoras individuais em escores de qualidade de vida. Não houve diferença entre os grupos nos níveis de pressão arterial diastólica. No geral, a qualidade metodológica dos estudos foi considerada baixa. Conclusões: As práticas meditativas têm resultados positivos para manejo da pressão arterial sistólica e desfechos de qualidade de vida. Estes resultados devem ser interpretados com cautela, à luz do risco de viés incerto na maioria dos estudos primários

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