Benvenutti, Radharani

Piato, Angelo Luis Stapassoli

Rockenbach, Marília Körbes

Portuguese

Lume 5.8

Evento Salão UFRGS 2019: XV SALÃO DE ENSINO DA UFRGSAno 2019Local Campus do Vale - UFRGSTítulo O método de rotação por estações no ensino de farmacologiaAutores MARÍLIA KÖRBES ROCKENBACHRADHARANI BENVENUTTIÂNGELO LUIS STAPASSOLI PIATOOrientador ANA PAULA HERRMANNRESUMO: A disciplina de Farmacologia Biomédica I da Universidade Federal do Rio Grande do Sul tem o intuito de possibilitar ao aluno de biomedicina a aquisição de conhecimentos sobre conceitos de farmacologia, pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos, farmacocinética, farmacodinâmica e o estudo dos principais grupos farmacológicos do Sistema Nervoso Autônomo e do Sistema Nervoso Central, enfatizando seus mecanismos de ação, uso clínico, efeitos adversos e interações medicamentosas. Atualmente, uma das principais formas de ensino utilizada nas diversas áreas do conhecimento é a aula expositiva, em que o aluno recebe as informações transmitidas pelo professor. No entanto, esse ensino tradicional apresenta algumas limitações, como a passividade dos estudantes, que acabam por não participar ativamente das aulas e muitas vezes não apresentam motivação para aprofundar os conhecimentos adquiridos. Além disso, as diretrizes curriculares nacionais do curso de Biomedicina enfatizam que o biomédico deve ser capaz de tomar decisões visando o uso apropriado, eficácia e custo-efetividade de medicamentos, de se comunicar de forma acessível e de exercer liderança; tais habilidades são desenvolvidas mediante aplicação do conteúdo abordado em sala de aula, participação dos alunos e troca de conhecimentos entre colegas, alunos e professores. Nesse contexto, com o objetivo de despertar o interesse dos alunos e aprimorar a obtenção de conhecimentos na disciplina de Farmacologia, foi proposta uma atividade em que os alunos foram divididos em grupos de 4 a 5 pessoas e desafiados a resolver problemas dispostos em seis “estações”. Cada estação continha um caso a ser discutido entre os membros do grupo e solucionado em um tempo máximo de 10 minutos, de forma a possibilitar a aplicação prática do conteúdo abordado em aula teórica. Os casos foram elaborados com base em situações cotidianas, em cenas de filmes e em letras de músicas; na primeira estação foi elaborado um caso sobre dependência por descongestionantes nasais de uso tópico, em que os alunos responderam perguntas sobre o mecanismo de ação, os efeitos adversos e as consequências do uso crônico desses fármacos. Na estação 2 os alunos assistiram a um trecho do filme “O Mágico de Oz” em que os personagens se encontram em uma plantação de papoulas, planta de onde o ópio é extraído, sendo propostos questionamentos sobre opioides e farmacocinética. Na terceira estação foi elucidado um caso de doença de Alzheimer, propondo que os alunos fizessem um desenho da sinapse em que a galantamina atua e explicassem o mecanismo de ação desse fármaco, bem como efeitos adversos e propostas terapêuticas. Na estação 4 os alunos ouviram a música “O diabo é careta”, de Ventania, em que ele fala sobre a “flor da trombeta”, uma planta que contém diversos alcaloides tropânicos; então os alunos foram questionados sobre esses alcaloides e seus mecanismos de ação e efeitos, bem como possíveis usos terapêuticos. Na quinta estação os alunos deveriam responder as perguntas com o auxílio do aplicativo “Medscape” sobre o caso de uma gestante que fazia uso de medicamentos para depressão e transtorno de pânico. Na última estação os alunos se depararam com vários medicamentos e drogas lícitas sobre a mesa e deveriam responder sobre suas interações medicamentosas. Após os grupos passarem por todas as estações, os casos foram discutidos em conjunto. Além disso, outras atividades foram propostas aos alunos, como gincanas valendo pontos na avaliação e livros de farmacologia, matérias escritas de divulgação científica publicadas no portal farmacoLÓGICA (www.ufrgs.br/farmacologica), seminários e estudos dirigidos semanais elaborados pela monitora. Ao término da disciplina, um questionário no sistema de gerenciamento Moodle (Modular Object Oriented Distance Learning) foi disponibilizado para que os alunos pudessem avaliar e comentar sobre as atividades propostas ao longo da disciplina. Em relação a atividade de “rotação em estações” 61,11% dos alunos a atribuíram como “ótima”, 27,78% como “boa”, 5,56% como “regular” e 5,56% não participaram. Ademais, os alunos relataram que a atividade contribuiu para a fixação do conteúdo, para a interação com os colegas e professores e sugeriram que essa proposta de ensino fosse mantida. Portanto, essa atividade foi aprovada pelos alunos e é caracterizada como uma abordagem inovadora, que permite a aplicação do conhecimento teórico em diferentes situações e contextos, a participação ativa dos alunos e o trabalho em grupo, contribuindo para a formação profissional e pessoal de futuros biomédicos. Dessa forma, atividades como essa favorecem a consolidação do aprendizado e a capacidade de usar o conhecimento de forma prática, devendo ser incentivadas nas diversas áreas do conhecimento, a fim de formar profissionais mais qualificados e preparados para o mercado de trabalho, beneficiando a sociedade como um todo.   

O método de rotação por estações no ensino de farmacologia

https://lume.ufrgs.br/bitstream/10183/210944/1/Ensino2019_Resumo_66232.pdf

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