Araújo, Gabriel Mendes

Barbisan, Guilherme Kirsten

Carniel, Bruno Perosa

Gonçalves, Leonardo

Rebouças, Cinthia Danielle Araújo Vasconcelos

Rocha, Neusa Sica da

Schütz, Sthéfani

Trombka, Marcelo

Walcher, Ana Laura Gehlen

Portuguese

Lume 5.8

38ª SEMANA CIENTÍFICA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALGREE                                                                               Clin Biomed Res 2018; 38 (Supl.) 311  P1467 Estimulação transcraniana por corrente contínua melhora déficits de memória de longo prazo num modelo animal do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, e modula parâmetros oxidativos e inflamatórios Paulo Ricardo Assis de Souza, Douglas Teixeira Leffa, Bruna Bellaver, Artur Alban Salvi, Carla de Oliveira, Eugenio Horacio Grevet, André Quincozes-Santos, Luis Augusto Rohde, Wolnei Caumo, Iraci L. S. Torres - UFRGS  Introdução: Estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) é uma técnica que modula a atividade neuronal e tem sido proposta como uma ferramenta terapêutica para os sintomas do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Embora estudos-piloto tenham mostrado evidências de eficácia, seu mecanismo de ação permanece incerto. Objetivos: Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da ETCC em desfechos comportamentais (memória de trabalho e longa duração) e neuroquímicos (parâmetros oxidativos e inflamatórios) relacionados à fisiopatologia do TDAH. Utilizamos o modelo animal mais amplamente aceito de TDAH: os ratos espontaneamente hipertensos (SHR). Os testes comportamentais selecionados avaliam parâmetros que apresentaram-se alterados em pacientes e modelos animais de TDAH (memória de trabalho pelo teste do labirinto em Y, e memória de longa duração pelo teste de reconhecimento de objetos). Este projeto foi aprovado pelo CEUA/HCPA (no. 14-0103). Métodos: 15 machos adultos SHR e seu controle, ratos Wistar Kyoto (WKY), foram submetidos a ETCC bicefálica (0,5mA/20 minutos/dia) ou estimulação sham por 8 dias consecutivos. A memória de trabalho foi avaliada pelo teste do labirinto em Y, e a memória de longa duração pelo teste de reconhecimento de objetos. Os resultados neuroquímicos foram obtidos pela mensuração de citocinas (TNFα, IL1β e IL10), espécies reativas de oxigênio (oxidação de DFCH), moléculas e enzimas antioxidantes (ex. glutationa, glutationa peroxidase). Os mesmos foram avaliados por métodos de fluorescência e kits comerciais de ELISA. Resultados: ETCC reverteu os déficits de memória de longo prazo apresentados pelos SHR, sem alterar o desempenho da memória de trabalho. No hipocampo, aumentou tanto a produção de espécies reativas de oxigênio (DFCH) em ratos do grupo SHR quanto os níveis da molécula antioxidante glutationa em ambas as linhagens. A ETCC também modulou a resposta inflamatória nos cérebros da linhagem WKY, gerando regulação negativa nos níveis de citocinas pró-inflamatórias (TNFα e IL1). Conclusão: ETCC mostrou efeitos significativos específicos na linhagem e no tipo de desfecho, tanto comportamentais quanto neuroquímicos. A melhora da memória de longo prazo na linhagem SHR pode apontar para um possível papel terapêutico da ETCC no TDAH, que não parece ser mediado por marcadores inflamatórios. Além disso, os efeitos anti-inflamatórios observados no cérebro da linhagem WKY após ETCC precisam ser mais explorados. Unitermos: TDAH; ETCC; SHR.  P1493 Cue exposure associado ao Roleplay no tratamento de usuários de cocaína Rodrigo dos Santos Zancan - HCPA  Introdução: O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir um relato de experiência nos grupos de Roleplay associado ao cue exposure em uma unidade de internação de adição de Porto Alegre-RS. Objetivo: realização de modelagem comportamental de habilidades assertivas para lidar com situações de risco para a recaída em pessoas com problemas relacionados ao uso de cocaína e a dessensibilização através do cue exposure no intuito de reduzir a intensidade das reações internas e aumentar a probabilidade de enfrentamento quando encontrar os estímulos posteriormente. Método: Realização de sessões em grupo com indivíduos internados para tratamento de desintoxicação da cocaína em uma unidade de adição, desenvolvidas semanalmente com duração de 90 minutos em média. Em cada sessão é realizado o roleplay associado ao cue exposure, com a finalidade de aprender, melhorar e/ou aperfeiçoar habilidades de enfrentamento e reconhecimento de fatores internos e externos que podem levar o sujeito ao uso e poder dar respostas de enfrentamento a esses devidos estímulos. Explica-se que a tentativa é de criar uma cena o mais próximo do cotidiano da pessoa. Leva-se em consideração a importância de descrever a situação o mais próximo possível do real, pedindo para o participante descrever detalhes do ambiente, as pessoas envolvidas, o momento do dia, o que estava fazendo exatamente naquele momento. Na situação escolhida o paciente encena o seu próprio papel e os demais pacientes e profissionais compõem o resto da cena. A elaboração de estratégias de enfrentamento se dá através de feedback realizado pelo grupo de pacientes e equipe. Considerações finais: Através desta intervenção se observa a importância de trabalhar com esta população o reconhecimento de fatores estressantes para o uso da droga e o desenvolvimento de técnicas para o manejo das reações de stress. Esse modelo de intervenção se mostra coadjuvante no tratamento de transtorno por uso de substâncias. Unitermos: Cue Exposure; Roleplay; Cocaína.   P1499 Avaliação basal do ensaio clínico multicêntrico, controlado e randomizado: impacto de uma intervenção baseada em mindfulness na qualidade de vida e redução de Sintomas de Burnout em policiais brasileiros: o estudo police Ana Laura Gehlen Walcher, Bruno Perosa Carniel, Gabriel Mendes Araújo, Sthéfani Schütz, Guilherme Kirsten Barbisan, Cinthia Danielle Araújo Vasconcelos Rebouças, Leonardo Gonçalves, Marcelo Trombka, Neusa Sica da Rocha - UFRGS  Introdução: exposição a estresse crônico, ambientes perigosos e longos turnos impactam negativamente a saúde mental de policiais. Isso resulta em taxas elevadas de burnout, ansiedade, depressão e pior qualidade de vida. Estudos sobre este tema são importantes no Brasil, onde ênfase é dada à saúde física no treinamento policial, enquanto programas de saúde mental baseados em evidência são escassos. Objetivos: apresentar dados sociodemográficos e prevalência de distúrbios psiquiátricos, sintomas de burnout, ansiedade e depressão, nível de qualidade de vida, estresse, resiliência, traço mindful, autocompaixão, bem estar mental, espiritualidade, religiosidade e crenças pessoais em policiais. Métodos: apresentaremos resultados das avaliações de baseline de um ensaio clínico multicêntrico, controlado e randomizado com três pontos avaliativos: baseline (2 semanas pré-intervenção), 2 semanas pós-intervenção e seguimento de 6 meses. 170 participantes foram randomizados para Intervenção Baseada em Mindfulness ou grupo lista de espera. Foram selecionados policiais nas cidades Porto Alegre (Polícia Civil) e São Paulo (Guarda Civil). A avaliação baseline incluiu dados sociodemográficos e as variáveis: Qualidade de Vida (WHOQOL-BREF), Sintomas de Burnout (MBI-GS), Níveis de Estresse (PSQ), Sintomas de Ansiedade e Depressão (HADS), Resiliência (CD-RISC-25), Níveis de Mindfulness e Decentramento (MAAS e EQ), Níveis de Auto-Compaixão (SCS), Saúde Mental (GHQ-12), Subtipos de Burnout (BCSQ-12), Espiritualidade (WHOQOL-SRPB-BREF) e Religiosidade (DUREL). Resultados: os aspectos sociodemográficos da etapa baseline revelaram idades de 24 a 60 anos, média 42,26 anos. Quanto ao sexo, 25,3% da amostra era masculina; 74,7% feminina. Quanto à situação familiar, 73,3% declararam ter parceiro estável, enquanto 26,7% declararam não ter parceiro estável. 38ª SEMANA CIENTÍFICA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALGREE                                                                               Clin Biomed Res 2018; 38 (Supl.) 312  Quanto ao uso de substâncias, 91,8% era não tabagista, enquanto 8,2% era tabagista; 53,5% declararam consumir álcool, enquanto 46,5% declararam não consumir. Quanto à escolaridade, 9,7% possuíam ensino médio completo, 52,1% ensino superior completo, 35,2% especialização e 3% mestrado/doutorado. Conclusões: a análise dos dados com valores de média e desvio padrão dos domínios do WHOQOL, dos níveis de estresse e burnout e as correlações (coeficiente de pearson) entre estas 3 variáveis e os valores de P estarão disponíveis até início de julho, razão pela qual fomos impossibilitados de inserir todos os resultados e conclusões neste resumo. Unitermos: Mindfulness; Policiais; Qualidade de vida.  P1523 Características clínicas de melancolia e as suas associações com marcadores inflamatórios em uma amostra de pacientes internados por episódio depressivo grave Lucas Primo de Carvalho Alves, Neusa Sica da Rocha - UFRGS  Introdução: Depressão melancólica é um subtipo de depressão mais intimamente relacionado a variáveis biológicas. Seis sinais e sintomas da Escala de Depressão de Hamilton (HAM-D6) podem representar esse constructo, sendo menos prováveis de confundir-se com efeitos colaterais de antidepressivos e empiricamente mais correlacionada com substrato biológico. Objetivo: avaliar se os sinais e sintomas melancólicos estão associados a alterações de marcadores inflamatórios (MI) no sangue. Métodos: Um total de 139 pacientes gravemente deprimidos internados tiveram seus níveis de INF-GAMA, TNF-alpha, IL-2, IL-4, IL-6, IL-10 e IL-17 analisados. Eles foram comparados a cada sinal e sintoma melancólico através de regressões lineares múltiplas, utilizando o logaritmo natural dos MI como variável dependente. Os níveis de MI foram ajustados para sexo, idade, uso de antidepressivos, anti-psicóticos, anticonvulsivantes e lítio. Os níveis séricos dos MI  dos pacientes foram também comparados com aqueles de 100 controles saudáveis. Resultados: Os níveis de TNF-alfa, INF-gama e IL-4 não diferiram significativamente entre pacientes deprimidos e controles. Porém, níveis de IL-2, IL-6, IL-10 e IL-17 foram  maiores entre os pacientes deprimidos (P <0,001). A presença de retardo psicomotor foi associada a maiores níveis de IL-6 (β=0,21; P=0,02). Pacientes que tiveram problemas em trabalho e atividades apresentaram menores níveis de TNF-alfa (β= -0,18; P=0,04) e maiores níveis de IL-10 (β=0,2; P=0,03). Humor deprimido também foi associado a maiores níveis de IL-4 (β=0,23; P=0,02). Conclusão: Até onde sabemos, esse estudo é o primeiro a associar níveis de MI com sinais e sintomas de melancolia em uma amostra de pacientes gravemente deprimidos internados. Sintomas melancólicos menos graves como humor deprimido e dificuldades em trabalho e atividades foram associados a um perfil anti-inflamatório (maiores níveis de IL-4, IL-10 e menores níveis de TNF-alfa). Entretanto, a presença de retardo psicomotor foi associado a uma maior resposta pró-inflamatória (IL-6). Unitermos: Depressão melancólica; Interleucinas; Inflamação.  P1634 O impacto de traumas na infância no funcionamento intelectual de indivíduos com transtorno bipolar Dayane Santos Martins, Francisco Diego Rabelo da Ponte, Mathias Hasse de Sousa, Carolina Petry Perin, Raissa Telesca Arrail Cordeiro, Letícia Sanguinetti Czepielewski, Maurício Kunz, Clarissa Severino Gama - HCPA  Maus tratos na infância podem afetar o neurodesenvolvimento e causar prejuízos que podem persistir ao longo da vida. Estima-se que em torno de 30% a 50% de indivíduos com transtorno bipolar possuam histórico de trauma na infância e sabe-se que este fator está relacionado a desfechos desfavoráveis, como idade de início precoce, maior presença de sintomas psicóticos, déficits cognitivos graves, entre outros. Dentre os domínios prejudicados, podemos destacar a inteligência, aferida através do QI, visto que estudos sugerem que esses pacientes possuem prejuízo quando comparados a controles saudáveis. O presente projeto objetiva estimar o QI de indivíduos com TB e verificar possíveis relações entre essa variável e histórico de trauma na infância, além de investigar se há diferenças clínicas no grupo de indivíduos com TB com e sem histórico de trauma. Trata-se de um estudo transversal com delineamento quantitativo submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) (nº 15-0298). Foram selecionados, por conveniência, pacientes do Programa de Transtorno Bipolar do HCPA. Todos os participantes foram informados sobre os objetivos do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os instrumentos utilizados foram: questionário de dados clínicos e sociodemográficos; Childhood Trauma Questionnaire (CTQ) para verificar histórico de trauma e Escala Wechsler Abreviada de Inteligência para obtenção do QI estimado. As análises estatísticas foram conduzidas através do software estatístico SPSS 18.0 para Windows. A amostra foi composta por 72 indivíduos com TB eutímicos de acordo com a Hamilton Depression Rating Scale e Young Mania Rating Scale (≤ 7). O grupo de indivíduos com TB e histórico de trauma apresentou piores desfechos. O modelo de regressão linear predizendo QI que incluiu trauma, anos de estudo, histórico familiar de doença mental, idade do diagnóstico e presença de sintomas psicóticos no primeiro episódio como fatores independentes (F (5) = 6,42; p = 0,000; R² = 0,604) teve apenas anos de estudo como fator principal (t = 3,606; p = 0,001; ß = 0,408). Quando excluímos essa variável, o trauma passa a ser significativo (t=-2.663; p=.010; ß=-.315), não havendo mais efeito principal dos outros fatores (F(4)=3.94; p=.007; R²=.466). As análises sugerem que histórico de trauma na infância de indivíduos com TB pode ter alguma relação no desenvolvimento do funcionamento intelectual ao longo da vida. Unitermos: Transtorno bipolar; Trauma na infância; Inteligência.  P1646 Qualidade e segurança da contenção mecânica baseada em evidências: uma breve revisão de literatura Fellipe Matos Melo Campos, Vittória Zarpelão de Matos, Marli Schwambach de Vega, Aline Maria de Mello, Marli Elisabete Machado - HCPA  Introdução: A contenção mecânica é um procedimento que tem por objetivo proteger o paciente em agitação psicomotora (APM) que oferece risco à sua integridade ou de terceiros. É uma manobra que deve ser utilizada como último recurso e executada de forma humanizada. Devido à dificuldade da equipe de encontrar material adequado para realizar contenções efetivas, percebeu-se a necessidade de pesquisar materiais específicos para este fim. Objetivo: Buscar referências sobre contenção mecânica a fim de viabilizar a padronização de materiais para este procedimento na unidade de internação psiquiátrica do HCPA. Método: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura. A busca foi feita no Pubmed, em Junho de 2018, a partir dos termos “physical restraint” e “psychiatry”, trabalhos até 2008, revisões (principalmente sistemáticas), e ênfase na descrição dos equipamentos mais seguros utilizados em contenção física de pacientes infanto-juvenis. Resultados e Discussão: A maior parte denota a importância do escalonamento de condutas na APM. Uma minoria discorre sobre os materiais utilizados. Não se observaram estudos específicos em pacientes pediátricos. Abrasões e contusões são as complicações encontradas mais comuns. 

Avaliação basal do ensaio clínico multicêntrico, controlado e randomizado : impacto de uma intervenção baseada em mindfulness na qualidade de vida e redução de Sintomas de Burnout em policiais brasileiros : o estudo police

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