Seleção do local de oviposição por Heliconius erato phyllis (Fabricius) (Lepidoptera: nymphalidae) em Passiflora suberosa Linnaeus (Passifloraceae)

Abstract

Orientador: Dr. Gilson R. P. MoreiraDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Biológicas, Curso de Pós-Graduação em Ciências BiológicasInclui referências: p. 10-13, 47-50, 65-68Área de Concentração: EntomologiaResumo: Avaliou-se a preferência de oviposição por Heliconius erato phyllis (Fabricius) (Lepidoptera: Nymphalidae) em relação ao nível de dano da região apical dos ramos, tamanho, presença de coespecíficos e densidade de plantas de Passiflora suberosa Linnaeus (Passifloraceae). Em campo, a variação na oviposição frente a tais parâmetros foi estimada em uma população de P. suberosa da Estação Experimental de Águas Belas, Viamão, Rio Grande do Sul, a intervalos de 45 dias, no período de novembro de 1994 a maio de 1995. Para a avaliação do efeito do nível de dano da região apical, tamanho do ramo e presença de coespecíficos sobre a intensidade de oviposição, conduziu-se testes de escolha sequencial e simultânea, utilizando-se plantas cultivadas em vasos (20 repetições/ tratamento). Os experimentos foram desenvolvidos em dois insetários, localizado nas dependências do Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre. Fêmeas coletadas em campo e mantidas em insetário, foram utilizadas nos experimentos. Quanto ao efeito da região apical, os tratamentos foram: ramos com 10 folhas e com a região apical; ramos sem folhas e com a região apical e ramos com 10 folhas e sem a região apical. Para o efeito do tamanho, foram avaliados os seguintes tratamentos: ramos grandes, com 10 folhas (40cm); médios, com 7 folhas (30cm); pequenos, com 3 folhas (15cm). Para testar o efeito da presença de coespecíficos sobre a oviposição, utilizou-se de mímicos de H. erato phyllis (espécimes liofilizados). Estes foram depositados sobre ramos de P. suberosa, contidos em garrafas plásticas com água. Os testes de escolha sequencial e simultânea correspondentes, foram compostos dos seguintes tratamentos (15 repetições): ramos sem coespecíficos, com ovos, com larvas de 1º instar, com larvas de 5º instar e com macerado mais adesivo (controle). O efeito da densidade de ramos sobre a oviposição foi avaliado em insetário; três fêmeas foram testadas conjuntamente (dez repetições), nas densidades de 1, 5, 10, 15, 20 e 25 ramos de P. suberosa. Em campo, todas as posturas foram efetuadas na região apical. Em insetário, não houve oviposição nos ramos desprovidos de região apical, e aqueles com folhas, além da região apical, foram preferidos. Ao início da estação em campo, as fêmeas selecionaram os ramos de maior tamanho e, ao final, os menores, supostamente dado à danificação da região apical ou estágio reprodutivo dos ramos maiores. Em insetário, houve preferência para oviposição nos ramos de maior tamanho. Todas as posturas coletadas em campo foram efetuadas isoladamente e, nos testes de insetário, a oviposição ocorreu preferencialmente nos ramos desprovidos de coespecíficos. A taxa de oviposição foi reduzida pelo decréscimo do número de ramos oferecidos. A densidade de ovos por ramo decresceu progressivamente com o aumento do número de ramos disponíveis. Dessa forma, os resultados demostraram que H. erato phyllis oviposita preferencialmente sobre ramos de P. suberosa intactos, de maior tamanho, desprovidos de coespecíficos, e que quando estes se encontram em baixa densidade populacional, a taxa de oviposição diária é reduzida. As consequências de comportamento seletivo de oviposição de H. erato phyllis são discutidas do ponto de vista do sucesso do estágio de larva e competição intraespecífica

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