Dissertação (Mestrado Profissional em Educação)—Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Brasília, 2020.A presente pesquisa foi realizada na Universidade de Brasília e visou entender, sob o olhar de
discentes com TEA e de seus docentes, o processo de inclusão no contexto universitário, tendo
em vista que o número desses estudantes matriculados em instituições de ensino superior tem
aumentado gradualmente devido à influência dos dispositivos legais, como a Lei no 12.764/12,
que institui a "Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro
Autista" e o Decreto n. 5.773/06 que: “dispõe sobre regulação, supervisão e avaliação de
instituições de educação superior e cursos superiores no sistema federal de ensino”. A existência
desse grupo de estudantes que possui necessidades educacionais específicas nas instituições
de ensino superior deixa em evidência as suas especificidades que podem, de alguma forma,
trazer desafios para que o atendimento educacional aconteça em condições de igualdade de
oportunidade com os demais. Da mesma forma, faz-se necessário refletir sobre a posição do
docente: está ele preparado para reconhecer e lidar com tais necessidades específicas em sua
turma? A pesquisa, portanto, situou-se em torno da seguinte questão: quais as vivências de
discentes com TEA e de seus docentes no que se refere ao processo de inclusão no ensino
superior? Com esse intento, foi realizada uma abordagem qualitativa, tendo como base teórica
a teoria histórico-cultural. Participaram da pesquisa cinco discentes com TEA e quatro docentes
com experiência no atendimento a esses estudantes. Como instrumento de construção dos
dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os participantes da pesquisa. Os
resultados apontam que existem muitos desafios a serem vencidos por discentes e docentes,
como a falta de informação sobre o universo TEA a toda comunidade acadêmica, a carência de
formação/especialização docente e as próprias barreiras impostas pelo diagnóstico do TEA. É
necessário uma mobilização imediata institucional para maior apoio inicial e de acompanhamento
de discentes com TEA e de seus docentes nas dimensões acadêmica e pessoal. Apesar de atual
e abrangente, existem poucas pesquisas sobre a temática e, reconhecendo nossos limites,
busca-se ampliar a discussão na tentativa de incentivar que outros trabalhos sobre pessoas com
autismo no ensino superior possam ser produzidos e publicados.The present research was carried out at the University of Brasília and aimed to understand, under
the eyes of students with ASD and their teachers, the process of inclusion in the university
context, considering that the number of these students enrolled in higher education institutions
has gradually increased due to the influence of legal provisions, such as Law No. 12.764 / 12,
which institutes the "National Policy for the Protection of the Rights of the Person with Autism
Spectrum Disorder" and Decree no. 5,773 / 06 which: “provides for regulation, supervision and
evaluation of higher education institutions and higher education in the federal education system”.
The existence of this group of students who have specific educational needs in higher education
institutions highlights their specificities, which can, in some way, pose challenges for educational
assistance to take place under conditions of equal opportunity with others. Likewise, it is
necessary to reflect on the teacher's position: is he prepared to recognize and deal with such
specific needs in his class? The research, therefore, was centered around the following question:
what are the experiences of students with ASD and their teachers regarding the process of
inclusion in higher education? With this intent, a qualitative approach was carried out, based on
the historical-cultural theory. Five students with ASD participated in the research and four
professors with experience in serving these students. As a tool for building the data, semi-
structured interviews were conducted with the research participants. The results show that there
are many challenges to be overcome by students and teachers, such as the lack of information
about the TEA universe to the entire academic community, the lack of teacher training /
specialization and the barriers imposed by the TEA diagnosis. An immediate institutional
mobilization is necessary for greater initial support and monitoring of students with ASD and their
teachers in the academic and personal dimensions. Although current and comprehensive, there
is little research on the subject and, recognizing our limits, we seek to broaden the discussion in
an attempt to encourage other works on people with autism in higher education to be produced
and published