A produção de citrinos em Portugal tem tido uma evolução positiva nos últimos anos. O aumento da produtividade dos pomares e a melhor inserção no comércio internacional fazem com que o setor esteja mais competitivo. Contudo, a produção nacional é cada vez mais indiferenciada, uma vez que a área destinada às nossas cultivares tradicionais (‘Setubalense’, ‘Encore’, ‘Carvalhais’, ‘D. João’ e outras) têm vindo a
diminuir, por dificuldades no cultivo e na comercialização, associados à alternância de produções e a defeitos epidérmicos do fruto. Noutras cultivares, os defeitos epidérmicos têm também aumentado, possivelmente causados por doenças (fungos) ou ataque de pragas. Este problema pode dever-se à diminuição da frequência de poda das árvores e a alterações na forma de a fazer, relacionadas com a necessidade de reduzir custos de produção.
A poda é uma técnica pouco estudada, devido à dificuldade em encontrar pomares adequados para fazer experimentação nesta área e ao facto de que, para obter resultados fiáveis, são necessários vários anos de observação e recolha de dados.
Neste contexto surge o projeto PodaCitrus, baseado numa parceria entre várias entidades, que tem como objetivo otimizar a poda de citrinos, em diferentes cultivares, o que contribuirá para a otimização da cultura e para o aumento da sua viabilidade económica.
No caso das tangerineiras ‘Encore’ e ‘Setubalense’ pretende-se desenvolver o cultivo de forma a fazer com que estas cultivares continuem a ser produzidas e comercializadas em Portugal. Nas cultivares ‘Encore’, ‘Valencia Late’, ‘D. João’ e ‘Lane Late’, pretende-se otimizar a poda, para diminuir a incidência de defeitos epidérmicos dos frutos.
Os resultados obtidos neste projeto permitirão também melhorar as práticas de poda noutras cultivares de citrinos produzidos no Algarve, contribuindo para o desenvolvimento da citricultura nacional e para a sua competitividade no mercado europeu e mundial.info:eu-repo/semantics/publishedVersio