thesis

A catalogue of stress granules´ components: implications for neurodegeneration

Abstract

Stress granules (SGs) are irregularly shaped foci constituted by a variety of different types of RNAs, proteins, factors involved in translation and signaling molecules. These granules form transiently in response to a variety of stress stimuli, such as viral infections or translation blocking drugs, and facilitate stress response by sequestering mRNAs and proteins and affecting the translation of RNA transcripts. SGs are necessary for stress response, however, abnormalities in SGs functioning and the association of their formation with the aggregation of many pathological proteins, have been linked to pathological changes in several human diseases, such as neurodegenerative diseases, cancer, and aging. The aim of this work was to identify all the proteins described as SGs components in mammalian cells and to build an online open access database with the all information collected. The SGs components were identified through an exhaustive study search (PubMed) and further details about each component were retrieved using public databases. Moreover, a transcriptomic analysis was performed analyzing the gene expression data for each SGs component in different neurodegenerative diseases. We identified 464 proteins as components of mammalian cells SGs, from which 253 were classified as RNA-binding proteins (RBPs). Details about each protein, such as molecular function, link to disease, cell type where they were detected and the stress stimuli used to induce SGs assembly, were also collected and are available in the database. Through a transcriptomic analysis, where “disease vs control” groups were compared and analyzed, a vast majority of SGs proteins were found to be differentially expressed in different neurodegenerative diseases. All the information collected was used to build the Mammalian Stress Granules Proteome (MSGP), available at https://msgp.pt/, an important tool for researchers in this area of growing interest, being the first database to list and provide information about all SGs proteins identified so far.Em condições de stresse, os organismos eucariotas possuem um conjunto de mecanismos para o combater e assim restabelecer a homeostasia celular. Nesta resposta inclui-se a formação dos grânulos de stresse, que são estruturas de formato irregular, sem membrana e formados de forma transiente, que sequestram mRNAs e proteínas, afectando a tradução, e assim facilitando a resposta celular ao stresse. Os grânulos de stresse são constituidos por uma grande variedade de componentes: proteínas, mRNAs e microRNAs, componentes da tradução e moléculas de sinalização. No entanto, o perfil proteíco destes grânulos varia consoante o tipo celular onde se formam e o tipo de stresse celular, como por exemplo, a privação nutricional, infecções virais, radiações UV, entre outros. Para a formação dos grânulos de stresse são necessárias proteínas ligantes a RNA (RNA-binding proteins – RBPs). As RBPs são proteínas envolvidas numa variedade de processos relacionados com RNA, como o splicing alternativo e a biogénese de miRNA, possuindo um papel muito importante na função neuronal. Estas proteínas, para além de fazerem parte da constituição dos grânulos de stresse, são também fundamentais para a sua formação. Tal como já foi referido a formação dos grânulos de stresse é temporária, uma vez que quando o stresse desaparece, estes grânulos são eliminados. Esta eliminação é feita através de autofagia, mais especificamente por macroautofagia, na qual a proteína Valosin-containing protein (VCP) é fundamental, ou por autofagia mediada por chaperonas. Embora por um lado os grânulos de stress sejam essenciais na resposta da célula ao stresse, por outro lado, defeitos na sua formação, dinâmica ou eliminação podem contribuir para a patogénese de diversas doenças humanas, como por exemplo, cancro, e doenças neurodegenerativas. De facto, existem cada vez mais evidências que ligam os grânulos de stresse a doenças neurodegenerativas, nomeadamente as doenças de Alzheimer, Parkinson, Huntigton ou Esclerose Lateral Amiotrófica. Para além disso, várias das proteínas envolvidas na patogénese destas doenças também se encontram presentes nos grânulos de stress, como é o caso da Atx-2, Tau, FUS ou TDP-43. A importante função dos grânulos de stresse a nível celular e a sua implicação em diversas patologias torna-os alvos importantes para o estudos dessas doenças e até como possíveis alvos terapêuticos. O principal objetivo deste trabalho foi identificar todos os componentes proteícos dos grânulos de stresse descritos em células de mamífero, recolher informações sobre os mesmos e catalogar toda a informação recolhida numa base de dados online. Os componentes proteícos dos grânulos de stresse foram identificados através duma pesquisa exaustiva nos estudos disponíveis no PubMed, tendo sido filtradas apenas as proteínas existentes em células de mamífero. Para cada proteína, informações como o nome completo da proteína, gene ID, UniProt ID, se é ou não uma RBP, função molecular ou se está envolvida nalguma doença, foram obtidas através de bases de dados públicas. Para além disso, também foram recolhidas informações acerca do tipo celular em que as proteínas foram estudadas e tipo de estímulo utilizado para induzir o stress. Uma análise transcriptómica foi efetuada, utilizando dados de estudos que analisaram a expressão génica em indíviduos com as doenças de Alzheimer, Parkinson, Huntington, Esclerose Lateral Amiotrófica e também em indíviduos não-doentes (controlos). Nesta análise os grupos de doença versus controlo foram comparados, de forma a investigar a expressão diferencial dos componentes dos grânulos de stress. Foram catalogadas 464 proteínas, das quais 253 foram identificadas como RBPs e 111 já tinham sido previamente ligadas a doenças. Para além disso, 32 proteínas foram identificadas como estando relacionadas com a autofagia. Do total das 464 proteínas identificadas, 225 têm como função molecular a ligação, 308 encontram-se envolvidas em processos celulares e 131 pertencem à classe proteíca de ligação a ácidos nucleícos. Os dados da análise da expressão génica entre os grupos “doença” e “controlo”, demonstraram que a grande maioria dos componentes dos grânulos de stress encontram-se com a expressão alterada nas doenças neurodegenerativas estudadas. Por exemplo, verificou-se que na doença de Alzheimer, 187 componentes tinham a sua expressão significativamente aumentada, enquanto que 193 tinham a sua expressão diminuída. O perfil proteíco dos grânulos de stresse varia consoante o tipo celular ou tipo de estímulo de stress induzido. Assim, foi possível observar que a maioria das proteínas, mais especificamente 327, foram identificadas nas células U-2OS, enquanto 427 foram identificadas em estudos que utilizaram o arsenito de sódio como estímulo Toda a informação recolhida foi catalogada na base de dados Mammalian Stress Granules Proteome (MSGP), disponível para todos os investigadores em https://msgp.pt/. A base de dados MSGP possui a listagem de todos os componentes proteícos dos grânulos de streses assim como informações dos mesmos e dados de expressão génica para cada uma dos componentes identificados. O utilizador pode pesquisar por uma proteína específica utilizando a “search bar” ou pode filtrar a pesquisa utilizando as diferentes categorias e tags disponíveis. A MSGP é a primeira base de dados que reune todos os componentes dos grânulos descritos, constituindo uma importante ferramenta para os investigadores desta área, tendo para além disso, a possibilidade de continuar em crescimento, através da adição de informações não só acerca dos componentes já catalogados, como de outros componentes dos grânulos de stress, como por exemplo microRNAs

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