Intervenção farmacêutica em doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica. Caracterização do grau de controlo de uma amostra de doentes em farmácia comunitária
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) apresenta um impacto
crescente a nível mundial. Apesar dos tratamentos farmacológicos, o sucesso
terapêutico muitas vezes não é alcançado.
A não adesão à terapêutica é reconhecida como fator de insucesso terapêutico,
refletindo-se no controlo da doença. Adicionalmente, os erros associados aos
dispositivos inalatórios são subestimados, podendo afetar, também, a efetividade do
tratamento.
O farmacêutico encontra-se numa posição privilegiada para dar o seu contributo
na área da DPOC, mediante diversas ações.
Neste contexto, o principal objetivo do estudo consistiu na avaliação do grau de
controlo de uma amostra de doentes com DPOC frequentadores da farmácia, por forma
a perspetivar a necessidade de integração em Acompanhamento Farmacoterapêutico no
futuro. Pretendeu-se, também, desenvolver ações de sensibilização sobre técnicas
inalatórias e disponibilizar folhetos para sensibilizar a população sobre a DPOC.
A avaliação do grau de controlo decorreu na Farmácia Almeida (Faro), entre
Outubro e Novembro de 2017. Foram incluídos 11 doentes. Como ferramenta de
avaliação foi utilizado o questionário CAT. Os resultados mostraram um significativo
comprometimento do controlo da doença, apresentando 9 dos participantes um CAT
com score superior a 10. Adicionalmente, 4 relataram exacerbações no último ano.
As ações de sensibilização decorreram em 3 residências para seniores, entre
Janeiro e Fevereiro de 2018. Envolveram demonstrações da técnica inalatória e do uso
dos dispositivos. Face aos questionários de satisfação, foram consideradas pertinentes e
muito úteis.
A disponibilização de folhetos ocorreu na farmácia. Os folhetos pretenderam
alertar para o tabagismo como fator de risco para a doença e promover a cessação
tabágica. Face aos resultados concluiu-se que, apesar de todos os participantes estarem
medicados, a maioria não tinha a sua DPOC controlada, pelo que poderiam beneficiar
com a integração em Acompanhamento Farmacoterapêutico. Concluiu-se também pelo
papel importante que o farmacêutico pode desempenhar na otimização da técnica
inalatória