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O julgamento moral e a tríade negra de personalidade

Abstract

Dissertação de mestrado, Psicologia Clínica e da Saúde, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, 2016Estudos recentes sobre o julgamento moral referem que uma decisão utilitária é uma resposta racional dada no sentido de maximizar o bem-estar do maior número de pessoas, ainda que isso possa implicar o sacrifício de uma pessoa inocente. Pelo contrário, uma decisão não-utilitária é considerada uma decisão emocional e empática, em que o sacrifício de alguém não é aceite ainda que tenha como finalidade atingir o bem maior para uma maioria. Esta distinção entre respostas utilitárias e não utilitárias evidencia o papel que as emoções desempenham na decisão moral. Deste modo, um contexto emocional (por exemplo, quando somos expostos a uma situação de stresse) pode ser um fator com impacto decisivo no julgamento moral. Embora indivíduos sob stresse realizem menos julgamentos utilitários comparativamente a indivíduos com níveis de stresse reduzido, algumas evidências parecem indicar que a personalidade (normal e patológica) tem um processamento emocional distinto que pode influenciar o julgamento moral. Neste contexto, fomos avaliar um grupo de participantes da denominada Tríade Negra da personalidade com traços maquiavelistas (n = 12) e narcisistas (n = 10), e um grupo de 18 sujeitos saudáveis, distribuídos aleatoriamente por duas condições experimentais (condição stresse vs. condição controlo). Solicitou-se a estes participantes que completassem uma tarefa de julgamento moral que envolvia dilemas hipotéticos, tendo-se registado dados fisiológicos (batimento cardíaco) e de autorrelato (níveis de ansiedade). De um modo geral, os participantes da Tríade Negra tomaram mais decisões utilitárias do que os participantes saudáveis. No entanto, sob stresse, os participantes maquiavélicos apresentaram uma decisão mais emocional face a dilemas mais aversivos. Pelo contrário, os participantes narcísicos mantiveram um padrão utilitário (frio e calculista) independentemente de estarem expostos ou não a stresse, o que sugere que sujeitos com uma estrutura narcísica parecem mais impermeáveis às alterações emocionais, revelando respostas mais racionais e menos empáticas

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