Dissertação de mestrado, Arqueologia, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, 2014Localizados imediatamente a norte do estuário do Tejo, os concheiros de Muge desde cedo se destacaram na arqueologia pré-histórica nacional e internacional.
A descoberta dos concheiros de Muge remonta ao seculo XIX, tendo sido rapidamente reconhecido o seu valor para a investigação da Pré-história Europeia. Este complexo ao longo de mais de cento e cinquenta anos tem-se destacado principalmente devido aos numerosos enterramentos humanos e ao alargado espólio lítico e faunístico.
O Cabeço da Amoreira integra-se no complexo Mesolítico de Muge, sendo um dos concheiros com maior área.
Este estudo tem como base a análise tecno-tipológica dos materiais líticos provenientes da camada 2 do Cabeço da Amoreira. O principal objetivo da análise é identificar padrões tecnológicos e tipológicos que permitam caracterizar produções líticas deste contexto. Esta análise permitiu a identificação de três estratégias de talhe distintas que se refletem em três matérias-primas (quartzo, quartzito e sílex).
O presente estudo tem objetivo de caracterizar os principais aspetos destas indústrias avançando para questões de cariz funcional, económico e social.
Conhecer profundamente estas indústrias do ponto e visto tecnológico será fundamental para entender como estas comunidades se integravam no complexo Muge