Pretende-se com este texto apresentar um modelo de neolitização para o actual
território português que, integrando componentes das leituras difusionista e indigenista,
procura discutir os diferentes papéis desempenhados por “colonos” e “indígenas” ao longo
deste processo.
Este modelo de neolitização por Fusão Diferencial foi criado como uma proposta
alternativa aos modelos disponíveis na bibliografia arqueológica que não explanam a totalidade
das características da evidência empírica, e construído a partir da reflexão suscitada
pelos dados recolhidos no povoado do Neolítico antigo da Valada do Mato, Évora,
onde a presença, sobre uma matriz cultural neolítica, de elementos de tradição mesolítica,
apontava para uma miscigenação de realidades indígenas e exógenas na constituição
deste sistema cultural