A Bioquímica ou Química da Vida é uma ciência interdisciplinar que utiliza
estratégias e métodos de todas as Ciências Exactas e Naturais. Nos últimos 10 anos,
foram catorze os prémios Nobel da Química, Fisiologia e Medicina que foram
atribuídos na área da Bioquímica o que reflecte a importância desta área de
conhecimento nas Sociedades contemporâneas.
A Química da Vida não se reduz apenas ao estudo dos compostos orgânicos, tais
como os açúcares, lipidos ou proteínas mas também ao estudo da função de iões
metálicos como por exemplo o Ca2+, Na+ ou Fe2+ que estão envolvidos em processos
biológicos essenciais, tais como a contracção muscular, a transmissão do impulso
nervoso, a mineralização do tecido ósseo ou o transporte de oxigénio.
É a lei do Oportunismo (utilização de um mesmo material ou processo para
vários fins), pois os seres vivos aprenderam a utilizar, a partir dos minerais, vários
elementos metálicos que se tornaram essenciais, como os agregados ferro-enxofre
(da pirite) para fazerem parte de proteínas (as metaloproteínas) que catalizam
reacções químicas que ocorrem nas células. Outras metaloproteínas incluem outros
metais tais como cobre, molibdénio, vanádio que são igualmente essenciais para a Química da Vida.
Pequenas moléculas, são também indispensáveis para a homeostasia celular, por
exemplo os iões carbonato e os iões fosfato, responsáveis pela estabilização do valor
de pH fisiológico (próximo de 7.0). Mas, mais importante ainda é a molécula de
ATP (Á-tê-pês é a conta que Deus fez), a moeda de troca energética para todos os
processos celulares. Por dia, um Homo sapiens com cerca de 70 kg produz cerca de
700 kg de ATP. Dá para acreditar?
Tudo o que comemos, acúçares, proteínas, lipidos “arde” nas mitocôndrias
produzindo ATP necessário para todos os processos celulares (contracção muscular,
sinalização celular, etc) e água (tinha que meter água!). É a lei do Menor Esforço ou
Cera (fazer o máximo com um mínimo de estratégias) juntamente com a Lei da
Reciclagem: tudo, ou quase tudo, é reciclado no euro Bioquímico: o ATP