Dissertação de mest., Estudos Marinhos e Costeiros, Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente, Univ. do Algarve, 2005Este trabalho pretende descrever os padrões de distribuição horizontal, vertical e temporal
dos estádios larvares de Pisidia longicornis e a sua relação com as condições hidrológicas
na plataforma continental Portuguesa. Os dados aqui apresentados foram obtidos a partir
de uma campanha oceanográfica realizada ao largo da Ria de Aveiro, entre os dias 9-22 de
Maio de 2002. Na análise temporal foram também utilizados dados históricos referentes ao
período de Outubro de 1986 a Janeiro de 1989. Os resultados permitem concluir que o
estádio recém eclodido é transportado da linha de costa até à plataforma continental,
conseguindo manter-se durante o seu desenvolvimento entre os 20-25 km da costa, através
de migrações verticais favorecidas pela zona de retenção aí existente. As migrações
verticais fazem-se pela subida na coluna de água no período nocturno, com ritmos
diferentes consoante o estádio de desenvolvimento. O zoé I, sem um ritmo claro de
migração vertical, ascende desde os 25 m de profundidade até à camada superficial. O zoé
II inicia a sua migração logo após o pôr-do-sol, desde perto do fundo até aos 10-15 m. O
megalopa migra verticalmente na coluna de água entre as 0 e as 4h, desde o fundo até à
camada de neuston. Espacialmente, comparando com os estádios de zoé, o megalopa
encontra-se em maior abundância nas estações mais próximas da costa, evidenciando um
transporte efectivo para os locais de assentamento. A evolução mensal de abundâncias
larvares ao longo do ano na área em estudo sugere dois picos de emissão larvar (Março-
Abril, Julho-Setembro), reflectindo dois picos de abundância do megalopa (Primavera e
final do Verão