Dissertação de mest., Didáctica e Inovação no Ensino das Ciências (Matemática), Faculdade de Ciências e Tecnologia, Univ. do Algarve, 2011O presente estudo desenvolve-se numa Escola Básica 2,3 do Algarve, incidindo sobre as práticas de avaliação de uma professora de Matemática que lecciona uma turma experimental de 5.º ano, com o Novo Programa de Matemática do Ensino Básico (NPMEB).
O objectivo da investigação é identificar, descrever e compreender, em profundidade, as práticas dessa professora e a forma como os seus alunos encaram a avaliação, designadamente no que se refere ao seu aspecto formativo, o qual foi reforçado no contexto da experimentação do NPMEB.
Desse modo, procura-se dar resposta às seguintes questões de investigação:
Quais os aspectos mais significativos presentes, no dia-a-dia, na forma de avaliar de uma professora do 2.º ciclo, no âmbito da experimentação do novo programa?
Como é que os alunos desta professora encaram a avaliação na disciplina de Matemática?
De que modo é que estes alunos reconhecem na avaliação uma oportunidade para a sua aprendizagem?
Seguiu-se uma abordagem metodológica de carácter qualitativo onde se privilegia a descrição e a interpretação dos dados recolhidos. Adoptou-se o desenho de estudo de caso, que toma uma forma narrativa e se assume como particularista, ao focar-se numa turma e na respectiva professora.
Os dados foram recolhidos através de entrevistas e conversas informais com a professora, de questionários a todos os alunos e de entrevistas a alguns alunos seleccionados, incluindo documentos produzidos em sala de aula.
Concluiu-se que a professora participante revela um conhecimento e respeito profundo pelas recomendações actuais no domínio da avaliação, nomeadamente pelo princípio da transparência, e as suas práticas mostram que integrou as recomendações do Novo Programa. Os alunos não valorizam a avaliação externa mas interessam-se pelas classificações que obtêm na escola e enaltecem os testes escritos. A maioria dos alunos da turma mostram ter noção do modo como são avaliados, ainda que a sua visão sobre a avaliação tenda a ser muito redutora, pois relacionam-na com notas, classificações, progressão de ano e vêem o teste como o instrumento fundamental para quantificar o seu nível de conhecimentos
