Dissertação de mest., Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Univ. do Algarve, 2010As doenças cardiovasculares apresentam-se como uma das principais causas de óbito na
maioria das sociedades modernas actuais. Factores como a idade, antecedentes familiares,
sedentarismo, dietas ricas em gorduras e sal, hipertensão arterial, tabagismo, excesso de bebidas
alcoólicas e as dislipidémias aumentam o risco de desenvolver este tipo de doenças.
As dislipidémias são distúrbios metabólicos associados a alterações dos níveis de
lipoproteínas no sangue e pertencem ao grupo de factores que, através da adopção de estilos de vida
saudáveis ou, se necessário, de terapêutica farmacológica, são possíveis de manter dentro dos
valores considerados ideais. No entanto, quando se recorre à terapêutica farmacológica, os
resultados têm demonstrado que a resposta à terapêutica está sujeita a uma grande variabilidade
interindividual. Esta pode estar relacionada com factores como a idade, o sexo, doenças
concomitantes e determinantes genéticos.
A farmacogenómica tem demonstrado ser fundamental no estudo da terapêutica
antidislipidémica, uma vez que permite uma melhor compreensão de como os diferentes
polimorfismos, existentes nos genes que codificam enzimas envolvidas no metabolismo, alvos
terapêuticos e transportadores dos fármacos antidislipidémicos, entre outros, podem influenciar e
dar origem à grande variabilidade interindividual na resposta a esta terapêutica.
Deste modo, o conhecimento destes polimorfismos que influenciam as variações
interindividuais da terapêutica, permitirá que no futuro se possa individualizar, de acordo com o
paciente, os tratamentos administrados e aumentar assim a sua eficácia e segurança