Nos últimos dez anos, levámos a cabo trabalhos de campo sistemáticos na aldeia de
Ploske (região de Chernihivsky, Ucrânia), tendo a primeira expedição sido feita em
1994. Nestas recolhas, obtivemos alguns materiais interessantes e inesperados, muito
importantes para o estudo da vida da tradição narrativa em prosa na actualidade.
Tendo em conta que, para uma análise comparativa, possuímos materiais recolhidos
em Ploske há cem anos (por O. Malynka), pudemos observar a vida dos textos
tradicionais em prosa nesta comunidade na sua dinâmica histórica e comparar o seu
status em informantes activos e passivos no final do séc. XIX e no princípio do séc.
XXI.
Os materiais recolhidos na passagem para o séc. XXI (gravámos mais de 300 textos em prosa, a maioria dos quais lendas demónicas e contos) mostram que, em Ploske, a tradição em prosa não diminuiu ao longo de um século, não obstante a crença muito enraizada da maioria dos folcloristas da segunda metade do séc. XX de que os géneros folclóricos tradicionais estão a morrer e de que o número de informantes sabedores está em contínua diminuição