Dissertação de mest., Engenharia do Ambiente, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade do Algarve, 2010A presença de cianobactérias na massa de água altera o equilíbrio ecológico dos
ecossistemas aquáticos, dando origem à formação de compostos que contribuem para
o desenvolvimento de gosto e odor na água, para além de produzirem cianotoxinas
que representam um elevado risco para a saúde pública (Sivonen & Jones, 1999). De
modo a diminuir este risco, a concentração de cianotoxinas na água deve ser
minimizada ou até mesmo eliminada. É de aceitação geral que a nanofiltração é uma
opção eficaz na remoção de cianobactérias e cianotoxinas na água para consumo
humano.
Este estudo é uma continuidade do trabalho de Ribau Teixeira, (2005). Assim com
este trabalho pretende-se demonstrar a eficiência da nanofiltração na remoção de
microcistina-LR dissolvida em águas naturais ao longo do tempo de operação (durante
100h) à escala laboratorial, já que as membranas perdem eficiência com o tempo de
operação. Pretende-se ainda simular a operação normal de uma etapa de tratamento
de uma Estação de Tratamento de Águas em situações de blooms de cianobactérias.
Os resultados obtidos evidenciam que a remoção destas toxinas mantêm-se elevada,
com remoções na ordem dos 95 a 99%, e sem perda da qualidade de permeado ao
fim das 100h de operação, nem diminuição significativa de fluxo permeado. Os valores
obtidos no permeado para a microcistina-LR encontram-se abaixo do limite imposto
pela OMS de 1 μg/l, e os baixos valores de matéria orgânica natural no permeado
evidenciam o baixo potencial para formação dos subprodutos da desinfecção. Desta
forma, a inclusão da nanofiltração no processo de tratamento das águas para
consumo humano seria uma medida eficaz na redução do risco associado à presença
das cianotoxinas nestas águas