Dissertação mest., Gestão e conservação da natureza, Universidade do Algarve, 2007O sistema de ilhas-barreira da Ria Formosa oferece excelentes condições a
diversas actividades, das quais se podem salientar as turístico-balneares. Desde os
anos 60 que essas actividades vêm sendo exercidas com grande intensidade, com a
construção de infra-estruturas e cargas superiores ao limite de capacidade em algumas
ilhas, sendo mais notável na chamada «Praia de Faro», na Península do Ancão. Há,
porém, que atender à instabilidade que caracteriza este sistema, o qual impõe fortes
condicionamentos à sua ocupação, uma vez que esta tende a localizar-se em zonas
muito vulneráveis e de grande risco.
Como a maioria dos sistemas deste tipo, a Ria Formosa apresenta um carácter
extremamente dinâmico, com elevadas taxas de evolução das ilhas e barras. A
ocorrência de temporais e a elevação do nível médio do mar são dos principais
factores que conduzem a uma alta susceptibilidade a galgamentos oceânicos, neste
sistema.
É nas ilhas-barreira que ocorrem os maiores problemas de gestão do sistema.
Com vários grupos de interesse envolvidos torna-se necessário manter uma gestão
eficiente no sistema de ilhas-barreira. A intervenção é, actualmente, urgente,
correndo-se o risco do sistema se perder de forma irreversível. Tal intervenção terá,
necessariamente, de ser ampla e cautelosa. Para tal, esta terá que ser suportada e
apoiada por uma sólida base de investigação cientifica, não menosprezando aspectos
de carácter social, económico e ambiental. Podem destacar-se três técnicas de
intervenção a serem adoptadas: intervenção rígida, intervenção suave e demolição de
infra-estruturas