OUVIR DIZER, SABER FAZER: LEITURA, ANÁLISE CRÍTICA E PRODUÇÃO DE AUTOBIOGRAFIA NO ENSINO MÉDIO A PARTIR DAS RELAÇÕES COM A HISTÓRIA E A MEMÓRIA

Abstract

INTRODUÇÃO O nosso projeto surge da necessidade de ampliação dos conhecimentos na área de Ciências Humanas e Códigos e Linguagens, mais especificamente História, Literatura e Produção Textual, nos níveis básicos do ensino, estendendo-se aqui para o Ensino Médio (EM), visto que a escola ainda prima pelos estudos no formato tradicional nessas áreas, não apenas por opção dos educadores, mas pelo contexto de estagnação por que passam os profissionais de ensino dessas áreas específicas, mas muitas vezes pelo desconhecimento de novos debates acadêmicos em torno de determinados temas referentes à relação aos conhecimentos específicos de suas áreas de atuação e a prática pedagógica. Podemos destacar como vetores relacionados a essa questão a falta de incentivo à docência, que muitas vezes priva os educadores de se qualificarem de forma continuada, devido ao excesso de carga-horária, o que impede o estudo sistemático; além dos baixos salários ofertados à categoria, o que impossibilita significativamente a atualização dos conhecimentos a partir de aquisição de livros referentes à sua área de atuação.Refletindo em torno dessas questões, optamos pelo enfoque da leitura das autobiografias no Ensino Médio. Esse gênero literário é considerado pelos estudiosos como um gênero híbrido, pois há diversos debates em torno da sua forma, do seu conteúdo e de sua autoria. O que seria autobiografia? Os textos que falam das experiências de vida de um determinado indivíduo? Mas, e os que não escrevem? E os que escrevem na forma canônica conhecida como poesia? Deixam de ser autobiografias? Que implicações o conhecimento e a vivência com esse gênero literário trariam para a vida dos alunos e (quiçá) para a dos professores da escola pública? O projeto nasceu dessas inquietações reflexivas que coadunam duas expectativas: a de contribuir com a atualização de conhecimentos no âmbito escolar, particularmente na área da história e literatura e a oportunidade de praticar a leitura sistemática de um gênero que está na fronteira entre a realidade e a ficção (história e literatura) causando confusão de limites até mesmo nos intelectuais mais especializados, que vislumbram uma relação entre as autobiografias e as experiências de vida dos indivíduos, representados aqui pelos estudantes da escola pública. A Escola de Educação Básica Professor Nicola Baptista situada no Bairro da Enseada em São Francisco do Sul foi a instituição escolhida para ser partilhada nossa experiência extensionista, pois ela apresenta uma particularidade: é a única escola de ensino médio da região dos balneários em São Francisco, ou seja, esta escola é responsável por acolher toda a comunidade que está localizada na praia. Atualmente, a escola conta com cerca de 270 alunos matriculados no ensino médio. Nesse sentido, visamos contribuir para o fomento do debate na escola de formação básica, atraindo os estudantes para o contato com a leitura de experiências de vida que poderão reforçar o seu gosto pela história, literatura e ampliar os conhecimentos na produção textual, além de descobrirmos novas habilidades e competências nos alunos, uma vez que o projeto buscará contribuir também com o universo da escrita, em que os alunos participantes terão a oportunidade de escrever suas experiências dentro da perspectiva da autobiografia, além de contribuir, no âmbito mais geral, com a ampliação da cidadania cultural e do protagonismo juvenil, pois este projeto também dará visibilidade às suas produções. Para isto, utilizaremos a rede mundial de computadores, por meio da criação de um blog do projeto, além da participação destes estudantes na V Feira de Ensino, Pesquisa e Extensão de SFS, além de outros eventos relevantes para a proposta. O projeto em tela tem como objetivo central, o estudo no âmbito do ensino médio, do gênero híbrido conceituado como autobiografia a partir de suas relações com a história e a memória, além de buscar a construção canais e espaços alternativos de diálogo sobre as experiências, vivências, memórias e subjetividades da juventude tendo a leitura, a crítica, a produção textual e a informática como suporte de ampliação de conceitos e visão de mundo dos estudantes.   MATERIAL E MÉTODOS    A seguir um breve percurso da metodologia do projeto, por ora apresentado: a primeira etapa da metodologia foi o levantamento bibliográfico de textos e suportes (livros, artigos científicos, sites,blogs, etc.) que discutem o tema específico do projeto, as autobiografias e suas relações com o campo da História e da Literatura. Faremos uma pesquisa de enfoque quantitativo, direcionada aos atores participantes, pois nesta etapa se faz necessário o levantamento de respostas, ou seja, de subsídios que conduzirão o projeto. Aplicaremos um questionário aos alunos do nosso projeto, dos 1º e 2º anos do EM, para descobrirmos quais as suas habilidades com a leitura e qual o nível de conhecimento acerca dos gêneros literários, em especial, da autobiografia, além de demonstrarmos ao nosso público participante, quais os nossos objetivos e o que estamos interessados em pesquisar, isto é, apresentaremos aos alunos e professores responsáveis pela disciplina de História e Língua Portuguesa da escola parceira qual é o nosso tópico-problema, que originou a pesquisa e o projeto. Na segunda etapa do projeto, sugerimos como metodologia as oficinas de leitura e discussões sobre os gêneros literários híbridos e suas ressonâncias e significações no campo da história e seus entrecruzamentos relacionados à história, memória e ficção literária, com destaque ao que nos interessa: as autobiografias. A execução das oficinas de leitura será ministrada pela coordenadora e pelos alunos orientandos, envolvidos com o projeto de extensão, além de convidados das áreas de português e história para colaborarem nas oficinas. Na terceira etapa, organizaremos junto com os alunos do projeto a elaboração de um blog coletivo, em que o principal objetivo será dar visibilidade à produção intelectual dos alunos parceiros, além de proporcionar o contato destes, de maneira racionalizada e sistêmica, com os novos suportes de leitura e as novas mídias. O blog será produzido pelos próprios estudantes, sob a orientação da coordenadora do projeto e dos alunos orientandos e de possíveis parceiros da área de informática do IFC. A produção e atualização do blog ficará sob responsabilidade do aluno bolsista do projeto e a supervisão geral sob responsabilidade da coordenadora. Na quarta e última fase do projeto será o momento da culminância, em que haverá o intercâmbio/interação dos alunos da Escola de Educação Básica Professor Nicola Baptistacom os alunos e servidores do IFC, campus São Francisco do Sul, uma vez que haverá a socialização do resultado final do projeto na V Feira de Ensino, Pesquisa e Extensão (V FEPEX) que ocorrerá em setembro de 2017 no referido campus. Os resultados das experiências extensionistas serão socializadas ainda na 35º Seurs Seminário de Extensão Universitária da Região Sul, além de escrever textos para serem enviados para periódicos, enfatizando sobretudo o apoio e parceria do IFC.     RESULTADOS E DISCUSSÃO   Os nossos resultados ainda são parciais dado que o projeto teve início no segundo semestre de 2017 e ainda estamos construindo as atividades iniciais, contudo as reuniões vêm sendo realizadas periodicamente e os orientandos cumprindo com as suas atividades e cargas horárias, normalmente dentro do que foi estabelecido no cronograma do projeto. Fizemos diversas reuniões internas, até o momento, para planejarmos as ações e atividades do projeto; além de uma visita realizada na escola no dia 11. 08.2017 para conversamos com a direção da escola; visitar e conhecer o acervo da biblioteca a agendarmos a aplicação do questionário que será distribuído aos alunos e os próximos passos das oficinas e atividades.   CONSIDERAÇÕES FINAIS   Nossas considerações ainda não podem ser aprofundadas pois o projeto ainda está em andamento, contudo já apresenta perspectivas de boas atividades e parcerias nas escolas, a partir dos primeiros contatos com a comunidade parceira da escola Nicola Baptista.  

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