Os textos matemáticos podem ser escritos por meio da linguagem natural e/ou da linguagem matemática. A primeira é polissêmica, a segunda é codificada e pretende ter um sentido único. A linguagem matemática não possui oralidade e utiliza a linguagem natural para ser lida. Textos matemáticos possuem um resíduo - aquilo que foi extinto no processo de formalização - que precisa ser interpretado para que o texto tenha sentido. Estes textos são governados por regras matemáticas e regras gramaticais que subtendem conceitos matemáticos, pois a matemática é um jogo de signos segundo regras relacionadas com a formação de conceitos. Aplicar uma regra de decodificação é traduzir o texto que está codificado para descobrir uma determinação conceitual e transforma-lo em palavras com sentido. Um dos problemas de aprendizagem na matemática é a interpretação de seus enunciados e assim, nos propomos analisar a tradução de códigos matemáticos por palavras da linguagem natural, porém elas mudam de sentido conforme o contexto em que são empregadas. Nosso referencial teórico está pautado na filosofia da linguagem de Ludwig Wittgenstein, bem como em algumas pesquisas de educadores matemáticos que trabalham nesta perspectiva