PETROGRAFIA, PETROQUÍMICA E METALOGENIA DO GRANITO SERRA DO PARATIÚ, CANANÉIA, ESTADO DE SÃO PAULO

Abstract

A região estudada é composta por rochas do Maciço Granítico Serra do Paratiú MGSP, rochas metamórficas do Complexo Turvo-Cajati (ou metarritmitos Iguape), formações sedimentares Plio-Pleistocênicas do Grupo Mar Pequeno (Formação Cananéia e, muito subordinadamente, as Formações Pariqüera-Açu e Ilha Comprida) e coberturas holocênicas de origem continental, marinha e mista. O MGSP, Neoproterozóico Eopaleozóico, está inserido na Plataforma Sul-Americana, no contexto geotectônico do embasamento cristalino sul-sudeste brasileiro (Bloco Iguape), pertencendo à Suíte Intrusiva Serra do Mar. Acha-se intrudido em rochas metamórficas do Complexo Turvo-Cajati (Paleoproterozóico), onde, localmente, junto ao contato com o corpo granítico, verifica-se biotita-cordierita hornfels denotando metamorfismo de contato. Constitui-se em um corpo, circunscrito, de forma levemente ovalada, com aproximadamente 70 km² de área aflorante; muito homogêneo, onde predomina biotita monzogranito, porfirítico, de cor cinza claro e, subordinadamente, biotita sienogranito. É fracamente peraluminoso, do tipo subsolvus, e coloca-se nos termos finais da série cálcioalcalina. A hipótese de que o Granito Serra do Paratiú seja pós-orogênico é reforçada pelas evidências de campo (forma do corpo, metamorfismo de contato) e petroquímicas. Os dados petroquímicos permitem posicionálo como um granito mais pertinente à classe dos granitos pós-colisionais, variável de pós-tectônico a anorogênico, com dados composicionais, relativos a alguns elementos (Y, Nb, Rb, Zr) e óxidos (SiO2, K2O), que permitem visualizá-lo ora como tipo I reduzido e ora como tipo A, formado por fusão da crosta inferior, altamente fracionada, à semelhança do que ocorre com os granitos australianos Ackley e Sandy Cape, cujas características geoquímicas são compatíveis com os granitos do tipo A, mas geológica e petrograficamente são, respectivamente, granitos do tipo I e S. Os granitos da Suíte Serra do Mar, da qual o MGSP faz parte, apresentam idades radiométricas de 580 ± 20 Ma. Concomitantemente ao trabalho de mapeamento geológico desse Maciço Granítico efetuou-se, em seu domínio, a coleta de amostras de sedimentos ativos de corrente, que foram analisadas para os elementos Cu, Zn, Pb, Li, Mo, Bi, F e Sn, e de concentrados de bateia, que foram submetidos a análises mineralógicas. A integração de todos os dados obtidos durante esta pesquisa permitiu concluir que o MGSP corresponde a um corpo estéril, do ponto de vista de exploração mineral, e que sua esterilidade deve-se a um conjunto de situações desfavoráveis, tais como: ausência de um protólito enriquecido em metal; não desenvolvimento de uma fase de pré-concentração durante a evolução magmática; presença de um conjunto de minerais acessórios cafêmicos e seqüestradores de metal na fase magmática precoce (ilmenita, magnetita, etc); e liberação precoce da fase aquosa, prejudicando qualquer compensação e sucesso de concentração hidrotermal. PETROGRAPHY, PETROCHEMISTRY AND METALLOGENY OF THE SERRA DO PARATIÚ GRANITE, CANANÉIA, SÃO PAULO STATE Abstract The studied region is made up of rocks of the Serra do Paratiú Granite Massif SPGM, metamorphic rocks of Turvo-Cajati Complex (metarhytmites Iguape), sedimentary formation Plio-Pleistocenic of Mar Pequeno Group (Cananéia Formation and, subordinated, Pariqüera-Açú and Ilha Comprida formations) and holocenic sediments of continental, marine and mixed origin. The SPGM Neoproterozoic Eopaleozoic is inserted in the South American Platform, in the geotectonic complex of the Brazilian south-southeast crystalline basement (Iguape Block), integrating the Serra do Mar intrusive suite. It is intruded in the metamorphic rocks of the Turvo- Cajati complex (Paleoproterozoic), where locally there are contact metamorphic rocks, mainly biotite-cordoerite hornfels. It is a lightly oval shaped circumscribed and discordant body with approximately 70 km² of outcrop area, relatively homogeneous constituted by biotite-monzogranite, porphyritic, grey color and subordinated botitesienogranite. The SPGM is weakly peraluminous, of subsolvus type and belongs to the end of a chalcalkaline series. The hypothesis that Serra do Paratiú Granites is post-orogenic is reinforced by petrochemical data and field evidence (shape of the body, contact metamorphism). The petrochemical data allows to put the SPGM as post-collision granite. Post-tectonic to anorogenic with data of some elements (Y, Nb, Rb, Zr) and oxides (SiO2, K2O) that allow to consider it as I or A type, formed by fusion of high fractionated inferior Crust. This fact is similar to those of hybrid us granites of Australia (Ackley and Sandy Cape), which geochemical characteristics are compatible with type A granites, but geological and aerographical data suggest that they are respectively of type I and S. The granites of Serra do Mar Suite including the SPGM present radiometric ages of 580 ± 20 Ma. Concomitantly to the work of geological mapping of this granite massif, samples of active stream sediments were taken, which were analyzed for Cu, Pub, Zn, Li, Mo, Bi, F and Son. Panned concentrated samples also were taken to mineralogical analysis. The integration of all data obtained during this research suggests that the SPGM is a sterile granite due to several unfavorable situations, such as: absence of a protoplast enriched with metal; no development of pre-concentration phase during the magmatic evolution; presence of a group of cafemic and metal kidnappers accessory minerals during early-magmatic phase (ilmenite, magnetite, etc,), and precocious liberation of a volatile phase, not allowing hydrothermal concentration

    Similar works