DUAS FACES DO PODER

Abstract

Este artigo apresenta duas concepções de poder, a partir do exame e da crítica de duas tradições depesquisa. A tradição sociológica, que originou a corrente elitista, postula a existência do poder nascomunidades; a tradição politológica, que originou a corrente pluralista, questiona a existência de elitesdirigentes em comunidades e instituições. O artigo argumenta que a tradição elitista postula o que deveser provado, ao passo que a pluralista está correta em investigar se há de fato grupos governantes nassociedades, mas sua abordagem é restrita e deixa de lado um aspecto essencial da questão. Assim, osautores do artigo argumentam que, anteriormente à face visível do poder, manifestada pelos indivíduos egrupos que tomam efetivamente as decisões (ou que impõem os vetos), os pesquisadores devem prestaratenção à face invisível do poder. Essa outra face consiste na capacidade que indivíduos ou grupos têm decontrolar ou manipular os valores sociais e políticos (isto é, de “mobilizar vieses”), impedindo que temaspotencialmente perigosos para seus interesses e perspectivas sejam objeto de discussão e deliberaçãopública

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