Produção, usos e apropriações de uma imagem: o processo de iconização da fotografia da mulher de turbante, de Alberto Henschel

Abstract

The article focuses on the portrait of a black woman wearing a turban, taken by Alberto Henschel, around 1870, in Rio de Janeiro. Among the many images of black “types” produced by the German photographer, this is certainly one of the best known and most appropriated in the last decade. The analysis of the production, circulation and consumption of this photograph aims to examine the relationship between its massive use and the invisibility or subordination imposed on black people, especially black women, by structural racism. We problematize, in particular, the anachronistic identification of the woman portrayed as Luísa Mahin, Luís Gama's mother, who would have been one of the leaders of the malês Revolt, in Bahia, in 1835. The production of meanings that this photograph engenders, the effects it produces in its uses and displacements, its potential for iconization, as well as its agency, are some questions that we seek to discuss, following Ana Mauad’s analyses about the need to take the image as an agent of history, not simply as a source of information about the past or the subject of a historical study. Keywords: Black woman. Alberto Henschel. Photography, XIX century. Visual Culture.Este artículo toma como objeto de análisis el retrato de una mujer negra con turbante registrado por Alberto Henschel, alrededor de 1870 en Rio de Janeiro. Entre las muchísimas imágenes de "tipos" de negros efectuadas por el fotógrafo alemán, esta es sin duda, una de las más conocidas y la que ha sufrido más apropiaciones en esta última década. Nuestro objetivo con el análisis de la producción, circulación y consumo de esta fotografía, es examinar la relación entre su uso masivo y la invisibilidad o subalternidad impuesta a los negros y las negras por el racismo estructural. En particular, problematizamos la identificación anacrónica de la mujer retratada como Luísa Mahin, la madre de Luís Gama, que habría sido una de las líderes de la Revuelta de malês, en Bahía en 1835. El presente estudio busca discutir la producción de sentidos que engendra esta imagen, los efectos que producen sus usos y desplazamientos, su potencial de iconización, así como su agencia, siguiendo el camino de Ana Mauad, cuando habla sobre la necesidad de mirar la imagen como agente de la historia, no simplemente como fuente de información sobre el pasado o como el tema de una investigación histórica. Palabras clave: Mujer negra. Alberto Henschel. Fotografía del siglo XIX. Cultura visual.O artigo tem por objeto o retrato de uma mulher negra portando um turbante, registrado por Alberto Henschel, por volta de 1870, no Rio de Janeiro. Dentre as muitas imagens de “tipos de negros” produzidos pelo fotógrafo alemão, ela é, certamente, uma das mais conhecidas e a que tem sofrido mais apropriações na última década. Nosso objetivo, com a análise da produção, circulação e consumo desta fotografia, é examinar a relação entre o seu uso maciço e a invisibilidade ou a subalternidade imposta a negros e negras pelo racismo estrutural. Em especial, problematizamos a identificação anacrônica da mulher retratada com Luísa Mahin, mãe de Luís Gama, que teria sido uma das lideranças da Revolta dos malês, na Bahia, em 1835. A produção de sentidos que esta fotografia engendra, os efeitos que produz em seus usos e deslocamentos, seu potencial de iconização, bem como sua agência, são algumas questões que buscamos discutir, apostando, na trilha de Ana Mauad, na necessidade de tomar a imagem como agente da história, não simplesmente como fonte de informação sobre o passado ou tema de um estudo histórico. Palavras-Chave: Mulher negra. Alberto Henschel. Fotografia, século XIX. Cultura visual

    Similar works