PERFIL DAS PACIENTES DO AMBULATÓRIO DA PÓS GRADUAÇÃO EM VÍDEO HISTEROSCOPIA DA FACULDADE DE CIÊNCIA MÉDICAS DE MINAS GERAIS

Abstract

RESUMO: A Vídeo Histeroscopia diagnóstica tornou-se uma ferramenta valiosa e importante para o ginecologista ao permitir a avaliação direta da cavidade endometrial e o diagnóstico das doenças proliferativas e ou neoplásicas. Alguns anos atrás, isso só poderia ser realizado através de procedimentos cegos e pouco tolerado pelas pacientes. A Histeroscopia é uma ferramenta cada vez mais utilizada, o que torna a avaliação do perfil epidemiológico das pacientes submetidas a esse procedimento uma nuance importante a ser estudada. Logo, o objetivo desse trabalho é avaliar o perfil epidemiológico das pacientes atendidas pela equipe da Pós-graduação em Vídeo Histeroscopia da FCMMG no ambulatório de vídeo Histeroscopia do Hospital São José em Belo Horizonte. Este trabalho trata-se de estudo retrospectivo realizado com análise de prontuários das pacientes atendidas no período entre outubro e dezembro de 2012, e submetidas a vídeo Histeroscopia ambulatorial durante os módulos do curso de pós graduação. Os exames são realizados em caráter eminentemente ambulatorial pelos pós-graduandos sob supervisão direta dos professores. São usados equipamentos com ópticas de 2,9 mm, camisas diagnósticas e de Betochi, com preferência pela última, meio de distensão soro fisiológico, infundido com bomba Histeromat. A técnica utilizada inclui vaginoscopia, sem uso do espéculo ou pinçamento do colo. O espéculo e a instrumentalização do colo foram utilizados caso houvesse alguma dificuldade no acesso ao colo durante o procedimento. Todos os procedimentos foram realizados sem anestesia. Foram incluídos 203 pacientes encaminhadas a vídeo Histeroscopia ambulatorial. A idade média das pacientes foi de 49,7 anos, variando de 17 a 81 anos. Média de paridade 3,2 filhos e considerando sua prole definida em 70,9 % (144 pacientes). Em relação à escolaridade do grupo estudado, a maioria dos pacientes não tinha concluindo o segundo grau, 67,3%, com apenas 5 pacientes relatando ter completado nível superior (2,6%). Relatavam comorbidades à anamnese 115 pacientes (56,6%), sendo as mais relatadas Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e diabetes, relatadas por 69 e 20 pacientes respectivamente. Todas as pacientes apresentavam exames ecográficos anteriores. As conclusões principais das ecografias se distribuíam: exame normal 16 pacientes (7,8%), miomas em 58 (28,5%), espessamento endometrial em 67 (33%), pólipos em 66 (32,5%). Após avaliação inicial tiveram indicação confirmada e foram submetidas ao procedimento 185 pacientes. Em ordem de frequência, foram levantadas como principais indicações: espessamento endometrial à ecografia (34,0%), sangramento uterino anormal (28,6%) e infertilidade (10,8%). Todas as pacientes deste grupo concluíram seus exames histeroscópicos e os achados identificados foram: cavidade sem alterações 64 pacientes (34,5%), espessamento focal do endométrio 17 (9,1%), sinéquias 9 (4,8%), pólipos 82 (44,3%) e miomas 13 (7,0%). As pacientes atendidas no referido ambulatório de Histeroscopia tiveram todos os atendimentos iniciais em unidade básica de saúde e em sua ampla maioria tiveram confirmada a indicação para o procedimento. Mesmo realizados dentro do contexto de ensino, a efetiva realização do exame com definição diagnóstica para a cavidade uterina foi possível para todo o grupo estudado. Seus achados apontam para uma significativa diminuição da necessidade de procedimentos cirúrgicos hospitalares uma vez que um grande número de pacientes apresentaram exames normais ou alterações focais que tem seu diagnóstico e tratamento completamente efetivados, através de biópsias e pequenas intervenções realizadas durante a Histeroscopia ambulatorial.PALAVRAS-CHAVE: perfil epidemiológico, vídeo Histeroscopia ambulatorial, pós graduaçã

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