Padrões e causas do desmatamento no Baixo Acre, região oeste da Amazônia brasileira

Abstract

A dinâmica de desmatamento varia ao longo do tempo e no espaço, e está fortemente associado a diversos fatores intrínsecos de cada região, tais como a economia, manejo do solo e aspectos culturais. Compreender os padrões do desmatamento em caráter regional é de fundamental importância, uma vez que possibilita traçar metas que buscam o desenvolvimento embasado em práticas conservacionistas. Esse estudo avaliou os padrões temporais e espaciais do desmatamento na região do Baixo Acre, no oeste da Amazônia brasileira, e a relação com um conjunto de fatores socioeconômicos e demográficos associados ao desenvolvimento humano na região. Para isso, foram utilizados dados anuais sobre o desmatamento na região entre os anos 2000 a 2018 obtidos junto ao PRODES, bem como dados socioeconômicos para o mesmo período disponibilizados pelo SIDRA. Os dados foram especializados com uso do Sistema de Informações Geográficas-SIG e avaliados por meio de Análise de Componentes Principais-ACP. Os resultados obtidos indicam que as maiores perdas de floresta ocorreram entre os anos de 2000 a 2004. A distribuição espacial mostrou que essas perdas ocorreram principalmente na região leste, onde se concentram os maiores assentamentos rurais do estado do Acre. Nesses locais, o desmatamento foi 17% superior quando comparado com áreas devolutas. A ACP sugere que as maiores contribuições para o desmatamento na região estão relacionadas ao aumento populacional e rebanho bovino na capital do estado, enquanto nos municípios do interior, o preço da arroba bovina apresentou maior relação com as taxas de desmatamento

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