RESUMO: A saúde mental representa grande parte do bem-estar do ser humano e, atualmente, percebe-se que pais e cuidadores ativamente procuram os centros de cuidados de saúde mental para suas crianças e adolescentes, tornando estes, usuários significativamente participativos dos sistemas de saúde. Posto isso, o objetivo do presente trabalho é descrever, a partir de uma leitura crítica sobre a medicalização na infância e adolescência, o contexto que se insere esse público e as consequências positivas e negativas do uso desses psicotrópicos na saúde da criança e dos adolescentes. Para isso, foram analisados 20 artigos científicos originais usando descritores no Descritores em Ciências de Saúde (DeCS) em português e inglês, como “psicofármacos”, “psicotrópicos”, “saúde mental”, “crianças”, “adolescentes”, “medicalização”, “efeitos adversos”, “consequências” e “transtornos mentais” e a partir dos artigos encontrados foi feita uma revisão integrativa. Com base nisso, adentrando os resultados, os principais distúrbios relatados estão associados aoTranstorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). No entanto, há um equívoco em muitos diagnósticos referentes ao TDAH, uma vez que características inerentes a crianças como a timidez, tristeza e agitação foram vistos como parte da síndrome. Dessa forma, esse processo está sendo nomeado por muitos estudiosos como medicalização da vida. Nesse sentido, os resultados mostram que é perceptível analisar que as prescrições medicamentosas para esse público evidenciam muitas consequências a curto e a longo prazo,principalmente as maléficas. A exemplo disso, tem-se a sedação, o aumento de peso, riscos para depressão, o diabetes e outros. Ademais, é possível compreender o cenário que a criança ou o adolescente se encaixa, que compõe as possíveis causas dessa medicalização, como a questão familiar e o espaço escolar, que são alimentadas pela indústria farmacêutica que investe muito mais em marketing do que em novos estudos complementares nesta área