Baccin, Elen Gineste

Bianchessi, Desiree Luzardo Cardoso

Fabretti, Rodrigo Rodrigues

Poersch, Ana Luísa

Silveira, Thomas

Toniasso, Sheila de Castro Cardoso

Portuguese

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Acolhimento a situações de violência em um serviço de medicina ocupacional

Lume 5.8

38ª SEMANA CIENTÍFICA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALGREE                                                                               Clin Biomed Res 2018; 38 (Supl.) 298  Método: Foram recrutados 896 sujeitos (61,2% homens e 38,8% mulheres) internados por dependência de crack em duas unidades de Porto Alegre. A amostra foi dividida entre os grupos HAS+, MAS+, HAS- e MAS- (homens e mulheres que sofreram AS e homens e mulheres que não sofreram, respectivamente). A ocorrência de AS foi avaliada pelo Addiction Severity Index (ASI-6). Para a análise estatística, foram utilizados a regressão de Poisson (comparação de prevalências do AS entre gêneros), o teste t (comparação da idade de exposição ao AS entre gêneros e a diferença entre a idade de ocorrência do AS e a idade de experimentação do crack) e ANOVA e o teste de Tukey (diferença da idade de experimentação de crack entre os quatro grupos). Resultados: Do total da amostra, 41,4% (n=144) das mulheres e 6,9% (n=38) dos homens (RP=5,97, IC95% 4,29−8,31, p<0,001) relataram AS ao longo da vida. O AS ocorreu em média aos 9,18 anos (DP=6,36) entre os homens e aos 15,66 anos (DP=9,25) entre as mulheres (d=0,16, p<0,001). O teste post hoc indicou diferença apenas entre gêneros para a idade de início de uso de crack (HAS+: 26,13 anos, DP=8,36; HAS-: 23,92, DP=8,00; MAS+: 19,42, DP=7,83; MAS-: 20,55, DP=7,71, η²=0,06, p<0,001). A idade de ocorrência do AS foi prévia ao início do uso de crack para ambos os gêneros (homens: 16,95 anos antes, IC95%: 20,34−13,56 anos antes; mulheres: 3,76 anos antes, IC95%: 5,74−1,79 anos antes, d=0,29, p<0,001). Conclusões: A maior prevalência de AS entre as mulheres pode estar relacionada à maior vulnerabilidade sociocultural para esta população; entre os homens, a baixa prevalência pode ser devida ao sub-relato. Apesar de o AS não influenciar diretamente o início de uso de crack entre os homens, a precocidade do uso da droga entre as mulheres poderia estar temporalmente mais relacionada ao AS, agindo como automedicação para o trauma. Unitermos: Crack; Abuso sexual; Gênero.  P1355 Percepção de suporte social e crescimento pós-traumático em mulheres com câncer de mama Carolina Villanova Quiroga, Laura Fritzen Binfaré, Luiza Doval de Souza Müller Pinto, Irani Iracema de Lima Argimon - PUCRS  O Crescimento Pós-Traumático (CPT) é um constructo que pressupõe que uma pessoa pode experienciar mudanças positivas em sua vida a partir de uma vivência estressante e/ou traumática, reestruturando construtivamente a maneira como vê e se coloca no mundo. O câncer de mama é a doença oncológica que atualmente atinge mais mulheres no mundo, sendo considerada uma experiência potencialmente traumática em decorrência das possíveis repercussões físicas e psíquicas do seu diagnóstico e tratamento. A literatura traz a percepção de suporte social como um dos preditores de CPT.  A mesma consiste na possibilidade de se perceber amado, valorizado e saber que existem pessoas que se importam, sendo capaz de acessar fontes de suporte emocional, financeiro e material. Nesta perspectiva, este trabalho objetivou analisar a relação entre CPT e percepção de suporte social em mulheres com câncer de mama, a partir do recorte de uma pesquisa transversal, de caráter exploratório. A amostra foi composta por 84 mulheres de diferentes cidades do Rio Grande do Sul, com média de idade de 55,3 anos (dp=12,7), diagnosticadas com câncer de mama e que já haviam terminado o tratamento, podendo estar realizando apenas hormonioterapia no momento da coleta de dados. Os instrumentos utilizados foram Ficha de Dados Sociodemográficos e de Saúde, Inventário de Crescimento Pós-Traumático (ICPT) e Escala de Percepção de Suporte Social (EPSUS-A). A partir de análises de correlação, o escore total da EPSUS-A se mostrou positivamente correlacionada a maiores escores totais de CPT (r= 0.28, p= 0.010). Porém, quando incluído em análises de modelos regressivos, não se apresentou como um preditor de CPT. A variável “possuir marido/companheiro”, coletada na ficha de dados sociodemográficos e de saúde, mostrou-se positivamente correlacionada com CPT, e quando incluída no modelo regressivo se apresentou preditora do mesmo nesta amostra. Conclui-se que a percepção de suporte social advinda do cônjuge se mostra preditora de CPT em mulheres com câncer de mama no Rio Grande do Sul. Entretanto, salienta-se que neste estudo não foram considerados diferentes tipos e fontes de suporte social, com exceção da variável coletada na ficha de dados sociodemográficos e de saúde. Sendo este o primeiro estudo com CPT no estado, mostra-se importante o desenvolvimento de novas pesquisas que analisem o constructo de maneira mais aprofundada e sua relação com suporte social e demais variáveis preditoras. Unitermos: Psicologia da saúde; Crescimento pós-traumático; Percepção de suporte social.   P1374 Acolhimento a situações de violência em um serviço de medicina ocupacional Ana Luisa Poersch, Thomas Silveira, Desirée Luzardo Cardozo Bianchessi, Rodrigo Rodrigues Fabretti, Elen Gineste Baccin, Sheila de Castro Cardoso Toniasso - HCPA  A violência é um dos principais problemas de saúde pública. A violência no trabalho pode ser definida como qualquer ação, incidente ou comportamento que se afasta de uma conduta razoável, na qual uma pessoa é agredida, ameaçada, ferida ou prejudicada no decorrer ou no resultado de seu trabalho. Ela afeta praticamente todos os setores, mas especialmente no setor da saúde tem alta prevalência por conta de diversos e consideráveis fatores de risco. Este trabalho buscou relatar a experiência no atendimento de situações de violência no Serviço de Medicina Ocupacional (SMO) em 2017, indicador importante no acompanhamento e manutenção do Projeto de Desenvolvimento “Formação de Multiplicadores para Prevenção da Violência no Trabalho” do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (CAEE 27030914.2.000.527). Os dados ora apresentados baseiam-se no levantamento dos acolhimentos feitos pela Psicologia do Trabalho, frutos no entanto, de uma rede de trabalho multiprofissional de encaminhamentos realizados no SMO. No total, foram atendidas pela psicologia 34 situações de violência no trabalho, sendo 22 casos de violência interna, envolvendo os próprios funcionários da instituição, e 12 de violência externa, relacionados ao atendimento a usuários do hospital, isto é, pacientes e familiares. Além destes, somam-se 8 casos de violência urbana envolvendo acidentes de trajeto e 1 caso de violência doméstica. A alta frequência de situações de violência no Hospital de Clínicas de Porto Alegre reforça a necessidade de se planejar e executar a prevenção contínua e a melhor assistência a esses casos. Nesse sentido, destaca-se, ademais da importância do trabalho multidisciplinar, o papel exercido pelo fluxo de atendimento e assistência ao funcionário em situação de violência do Serviço de Medicina Ocupacional no acolhimento a esses funcionários, bem como a continuidade da realização das Oficinas de Formação de Multiplicadores para Prevenção da Violência no Trabalho, instrumento e espaço dos trabalhadores do hospital para o reconhecimento, monitoramento e intervenção em situações de violência. Unitermos: Violência no trabalho; Acolhimento; Prevenção da violência.        

https://lume.ufrgs.br/bitstream/10183/210267/1/001095575.pdf

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