Brum, Alissom Roberto

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

O CONSUMO NOS ENREDOS FOTOGRÁFICOS DO COTIDIANO ESCOLAR: UM ESTUDO SOBRE A RELAÇÃO CRIANÇA E MÍDIA NA CONTEMPORANEIDADE

Lume 5.8

Evento Salão UFRGS 2019: SIC - XXXI SALÃO DE INICIAÇÃOCIENTÍFICA DA UFRGSAno 2019Local Campus do Vale - UFRGSTítulo O CONSUMO NOS ENREDOS FOTOGRÁFICOS DO COTIDIANOESCOLAR: UM ESTUDO SOBRE A RELAÇÃO CRIANÇA E MÍDIANA CONTEMPORANEIDADEAutor ALISSOM ROBERTO BRUM Orientador SARAI PATRICIA SCHMIDTO CONSUMO NOS ENREDOS FOTOGRÁFICOS DO COTIDIANO ESCOLAR: UM ESTUDO SOBRE A RELAÇÃO CRIANÇA E MÍDIA NA CONTEMPORANEIDADE  Alissom Roberto Brum Saraí Patricia Schmidt Universidade Feevale   O estudo tem como objetivo principal articular as discussões que cingem as noções de mídia, educação e consumo. A assiduidade da mídia nas dinâmicas do cotidiano escolar tem se configurado como central no debate da contemporaneidade. Em nosso tempo a mídia propaga-se de forma potente e onipresente, adentrando em lares e instituições de forma a instaurar uma pedagogia da mídia. Diante deste contexto estes preceitos contribuem para os modos de ser e estar no mundo, nos quais tais operações emergem por meio da sociedade de consumo constituída e ramificada pela própria mídia. As argumentações metodológicas da pesquisa estão sendo compostas segundo as diretivas da antropologia visual, buscando ferramentas da Fotoetnografia (ACHUTTI, 1997) para compreender como a interferência midiática intercorre no ambiente escolar. Esclarecemos que o transcurso metodológico se edificou em etapas. Primeiramente, deu-se a execução do trabalho de campo, no qual o etnógrafo, sustentado por técnicas de pesquisa originárias da antropologia, buscou unir seu olhar investigativo a técnicas de captação de imagem. O contexto desta prática decorreu na escola pública de Ensino Fundamental Eugênio Nelson Ritzel, localizada em um ponto periférico da cidade de Novo Hamburgo/RS. As observações, aliadas a produções das fotografias, ocorreram no período de quatro dias. A etapa seguinte propôs exibir os resultados a um grupo de alunos com o objetivo de discutir o que as imagens revelavam, da mesma forma compreender o que eles entendiam e percebiam sobre mídia. A partir dos comentários e interpretações que emergiram deste momento, foi realizado a análise das fotografias e do seu processo de produção, contrapondo estes registros com os demais documentos provenientes do trabalho etnográfico: observações registradas no diário de campo, captações de áudios e entrevistas. Em termos teóricos as análises privilegiaram ainda as contribuições de Sontag (1977), Bauman (2001), Steinberg e Kincheloe (2001), Costa (2010), Vitorino (2012) e Martins (2014). A experiência etnográfica oportunizou a construção de novos olhares sobre a escola Eugênio Nelson Ritzel, bem como sobre as infâncias que constituem esse território. A prática etnográfica, ancorada na perspectiva fotográfica, possibilitou revelar aspectos que transcenderam o debate central do estudo, trazendo para reflexão e discussão as subjetividades que desafiaram a atuação do fotógrafo pesquisador. Sem dúvida, a grande relevância da fotoetnografia está no constante desafio de observar e ser observado, de questionar e ser questionado, de buscar entender e de ser entendido, ou seja, um relato que, embora científico, não se caracteriza pela exatidão na apresentação dos resultados, mas os apresenta concomitantemente com os confrontos e obstáculos que regeram as descobertas da investigação, tornando-se, por vezes, uma etnografia do próprio etnógrafo. Como resultado, produzimos um audiovisual a partir do conjunto de fotografias captadas ao longo da pesquisa, trazendo para reflexão a necessidade de olharmos para os diversos alunos que circundam o território da escola, como sujeitos constitutivos de uma origem social, cultural e histórica, que se reconfigura no cenário midiático atual que está aliado as novas lógicas de consumo e publicidade. Ademais, torna-se imprescindível, ainda, que os comunicadores reflitam sobre essas questões desde o período de suas formações, uma vez que publicitários, jornalistas e marqueteiros não são apenas profissionais da área, mas também constituidores de pedagogias culturais. 

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